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Vila Velha, Serra e Cariacica concentram mais casos de Hanseníase no Espírito Santo, diz estudo


A análise foi feita pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo


Três municípios da Grande Vitória concentram o maior número de casos de hanseníase do ES | Fotos: Divulgação

Um estudo realizado pelo Núcleo de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas de Saúde (NSaúde), do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), apontou que os municípios de Vila Velha, Serra e Cariacica são os que concentram o maior número de casos de Hanseníase no Estado. A proporção de cura da doença, por sua vez, é maior que 70% em todos os 78 municípios. 

Essas informações e outros pontos complementares sobre o tema estão presentes no terceiro boletim de políticas públicas sociais, que teve como tema “Hanseníase no Espírito Santo” e cujo download pode ser feito clicando neste link. O estudo avaliou as informações dos últimos 10 anos sobre a doença, a proporção de cura e o quantitativo de novos casos confirmados.

“Ao longo do tempo, pode-se observar um decrescimento no quantitativo de notificações quanto aos novos casos de Hanseníase no Espírito Santo”, apresenta o relatório em suas considerações finais.

Ao analisar o Espírito Santo de maneira mais profunda, observou-se que dos 78 municípios capixabas, 42 notificaram nenhum ou apenas um único caso de Hanseníase em 2020. Em 2021, esse quantitativo foi de 40 municípios, sendo que 27 localidades se mantiveram presentes no biênio 2020-2021. Dados de 2022 não foram computados, pois só estarão fechados em março deste ano.

De modo geral, por uma questão de tamanho da população, toda a Região Metropolitana da Grande Vitória, exceto Fundão, se destacou no número de casos. Cariacica, Serra e Vila Velha, por exemplo, registraram 42, 46 e 48 casos, respectivamente, em 2020. Em 2021, os dois primeiros reduziram para 32 e 36 a quantidade de novos casos, enquanto Vila Velha subiu para 61, ocupando por dois anos seguidos a posição de líder estadual em relação ao número de novos casos.

Tratamento

O Ministério da Saúde avalia o índice de cura das pessoas com Hanseníase. Índices de cura acima de 90% são classificados como bons, índices abaixo de 75% são considerados precários e entre 75% e 90% são considerados regulares.

No Espírito Santo, em 2021, nenhum município ficou abaixo dos 75% – portanto, nenhum em situação precária. Viana foi a cidade que registrou o menor índice de cura, alcançando 75%, no limiar considerado regular.

Na comparação com os demais estados da região Sudeste, o Espírito Santo liderou os índices de cura entre os anos de 2012 e 2016, ultrapassando 95% de cura em 2013 e 2015. Leia a seguir a íntegra do estudo técnico do TCE-ES, em arquivo PDF:

EstudoTecnico1-2023-5

Sobre a doença

Em 2020, foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS), 127.396 novos casos de Hanseníase em todo o mundo. Desse total, cerca de 14%, ou seja, 17.979 casos, ocorreram no Brasil. Esses dados colocam o país em segundo no número de novos casos, atrás apenas da Índia, que registrou 52.672 casos.

A Hanseníase pode ser definida como uma doença crônica infecciosa, de evolução lenta, causada pelo Mycobacterium leprae. A doença afeta, principalmente, a pele os nervos periféricos, além de algumas outras estruturas, causando problemas motores e sensoriais. Sua transmissão acontece, principalmente, por vias respiratórias.

A maioria da população tem resistência parcial à doença e nem todas as formas clínicas são transmissíveis, apenas as mais graves. Para buscar a conscientização sobre a doença, em 2016 foi estabelecido no Brasil o “janeiro roxo”, quando ocorrem campanhas sobre o tema, esclarecendo principalmente os sintomas da doença, que a Hanseníase tem cura que o tratamento é disponibilizado de forma gratuita pelo SUS.