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Sem uma revitalização efetiva, Centro de Vitória (ES) vê acelerar o fechamento de lojas


Diante de grande número de estabelecimentos fechados, em alguns trechos o visitante tem a impressão de estar em uma cidade deserta


Eleva o número de lojas fechadas no Centro Histórico de Vitoria (ES) | Vídeo: YouTube/Canal Grafitti News

Com a ausência de um efetivo plano de revitalização do Centro Histórico de Vitória (ES), a região vai perdendo sua atratividade econômica, com a falta de atrativos de lazer. O resultado é o aceleramento do processo de fechamento de estabelecimentos comerciais. Segundo dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória, somente no ano passado mais de 300 empresas encerraram suas atividades, contra 184 fechamentos ocorridos em 2021. Somente nestes 45 dias de 2023 mais 51 firmas fecharam suas portas.

O receio que os motoristas tinham em ir ao Centro e não encontrar vaga para estacionar já é coisa do passado. Agora, há mais vagas do que veículos estacionados, sendo possível escolher onde deseja estacionar o veículo. Uma das contribuições para a redução de carros ocupando vagas de estacionamento, principalmente na Cidade Alta e nas ruas do entorno, como a Ruas Coutinho Mascarenhas, Coronel Monjardim e Doutor Azambuja, agora sobram vagas. O fim do fluxo de advogados que iam para o Fórum Civil, transferido no início deste ano para a Enseada do Suá, deu essa contribuição para a redução de veículos e de pessoas.

No Rio de Janeiro, a revitalização da Lapa foi um exemplo de sucesso

Moradores do Centro Histórico apontam para a ausência de implantação de uma política de revitalização, a exemplo do que ocorreu com a região da Lapa, no Centro Histórico do Rio de Janeiro. A partir de 1980, o Centro Histórico do Rio de Janeiro entrou em um declínio socieconômico com o início da “euforia” imobiliária da Barra da Tijuca. Mas,. no Rio houve uma iniciativa rápida, onde desde 2009, o Centro vem passando por um intenso e rápido processo de valorização e revitalização através do programa Porto Maravilha, comandado pela prefeitura e com apoio do Ministério das Cidades e do setor privado.

Antes uma região de prostituição e degrada, o Bairro da Lapa passou a sedir em seus casarões históricos os famosos barzinhos da Lapa., atrativo utilizado atualmente na divulgação internacional do Rio de Janeiro. Em Vitória não houve um processo de revitalização nesse mesmo porte. A Prefeitura de Vitória informa que oferece como atrativo a isenção temporária do IPTU, por cinco anos, para os empresários que desejarem se instalar no Centro. Mas, a vida noturna no Centro mingua. Aos poucos vão fechando barzinhos tradicionais. O mais recente a fechar é o tradicional Bar do Gegê, na esquina da Rua Graciano Neves com a Rua Professor Baltazar, onde há agora uma placa de “alugo esse imóvel.”

Sem uma efetiva revitalização, o Centro Histórico agoniza. Há 30 anos, esse local ao lado da Agência Central dos Correios havia um point noturno com dezenas de mesas espalhadas por essa calçada e centenas de clientes | Foto: Reprodução/YouTube

Um visitante que andar a pé pelo Centro de Vitória vai se assustar, ao constatar a grande quantidade de estabelecimentos comerciais fechados, com placas de alugo ou vendo. Outros nem placa tem mais. Na década de 1960, bem antes de existir shoppings centers no Espírito Santo, as melhores lojas ficavam localizadas na Rua Sete de Setembro. Ao presentear uma pessoa, quem entregava o presente, fazia questão de valorizar e dizer que tinha sido comprado na Rua Sete. Não restou um único restaurante na Rua Duque de Caxias, local onde havia forte concorrência de estabelecimentos alimentícios.

A vida noturna passa a ter uma redução de opções, em relação ao que era oferecido ao morador e ao visitante 40 anos atrás. Um dos points noturnos que havia nos anos 1980 e 1990, uma choperia ao lado da Agência Central dos Correios, está fechada há mais de 10 anos. O local passou a ser deserto e perigoso, principalmente para quem esteja a pé e deseja embarcar nos pontos de ônibus das proximidades. Não se vê uma pessoa transitando.

Mesmo no horário de pico comercial, o transeunte que passar em frente às lojas, vai ver que não há mais o movimento que havia 30 ou 40 anos atrás. Agora, o que se vê são os vendedores solitários à espera da freguesia. Uma grande loja de roupa nacional, localizada na Avenida Princesa Isabel está anunciando o fechamento da sua unidade do Centro no próximo dia 28, mas avisou que não vai demitir os funcionários. Eles serão remanejados paras as outras lojas que possui nos shoppings da Grande Vitória.