Nesta segunda-feira (27/2), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançam em Brasília (DF) o Movimento Nacional pela Vacinação. A iniciativa prevê ações para ampliar as coberturas de todas as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta primeira etapa, a imunização contra a Covid-19 terá reforço para os grupos prioritários em todo o país. O lançamento vai ocorrer às 15 horas, no Centro de Saúde nº 01, QE 06, Área Especial, Guará I, em Brasília (DF).
O Ministério da Saúde lembra que há três anos, em 26 se fevereiro de 2020, o país registrava o primeiro caso de Covid-19 em um homem de 61 anos com histórico de viagem para a Itália, pela região da Lombardia. Desde então, no Brasil, mais de 37 milhões de casos já foram diagnosticados e 698,9 mil vidas perdidas para o coronavírus. A quantidade de mortes foi amenizada pelos esforços dos profissionais de saúde e pelas pesquisas para o desenvolvimento das vacinas contra o vírus.
Vacinação é a melhor prevenção, diz o Ministério
A vacinação é a melhor prevenção contra casos graves e mortes pelo Sars-CoV-2, enfatiza o Ministério da Saúde em nota distribuída à imprensa. Por isso, o lanmaneto do Movimento Nacional pela Vacinação, com distribuição de doses bivalentes para o grupo prioritário nesta primeira etapa. Na sequência, a vacinação se estenderá para a população que ainda precisa concluir o esquema básico de proteção — primeira e segunda dose e também as doses de reforço.
Atualmente, cerca de 19,1 milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso, além de 68,6 milhões que não voltaram para receber a primeira dose de reforço e 30,2 milhões atrasados com a segunda dose de reforço. “Vale destacar que as pesquisas já realizadas apontam que a estratégia de aplicação de doses de reforço eleva a efetividade das vacinas para prevenção das formas sintomáticas e graves da Sars-CoV-2, principalmente, casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), hospitalizações e mortes”, ressalta.
Vacina bivalente
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina bivalente melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e também contra a variante Ômicron e tem perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes. “A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo só do vírus que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele chamado vírus ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019. Então, todas as vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes, independentemente do laboratório fabricante”, explicou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, a Agência Brasil.
Inicialmente, a vacina será aplicada somente nos chamados grupos de risco. Conforme divisão anunciada pelo ministério, a imunização será feita da seguinte forma: na fase 1, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas; na fase 2, pessoas com idade entre 60 e 69 anos; na fase 3, gestantes e puérperas; e na fase 4, profissionais de saúde.
“Essas populações, do que a gente tem nesses três anos de pandemia, são as pessoas que mais sofreram e mais sofrem com a doença. É importante termos um planejamento porque não tem vacina suficiente para incluir toda a população com a bivalente. A tendência é que, com o passar do tempo, a gente vá aumentando os grupos que vão receber.”
No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo laboratório Pfizer, receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial. Elas são indicadas como dose única de reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema vacinal primário, ou como última dose de reforço.
“Para quem é recomendada a bivalente? Só como reforço. Para pessoas que foram plenamente vacinadas com o esquema primário que, em geral, são duas doses ou dose única. Mesmo para aquelas que já fizeram a terceira e a quarta doses, dois reforços”, disse Juarez. “Essas pessoas que têm essa vacinação já feita, desde que tenham se passado quatro meses da última dose, podem receber a bivalente.”
O ministério reforça que as vacinas monovalentes contra a covid-19 seguem disponíveis em unidades básicas de Saúde (UBS) para a população em geral e são classificadas como “altamente eficazes contra a doença”, garantindo grau elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos pela doença.
“A aplicação da bivalente não significa que as vacinas monovalentes não continuam protegendo. Elas continuam protegendo, mesmo para a variante Ômicron, mas, claro, tendo a possibilidade de uma vacina desenhada mais especificamente para a variante circulante, a tendência é termos melhor resposta”, completou o entrevistado.
Como será a vacinação
A partir desta segunda-feira (27), as pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, recebam o reforço bivalente já podem se vacinar. Em alguns municípios há necessidade de fazer agendamento prévio. Em outros, é só chegar no posto de vacinação. As datas relativas as fases 2, 3 e 4 serão divulgadas posteriormente.Em ambos os casos, o paciente deve estar em mãos do seu cartão de vacinação. Confira como será a divisão:
Fase 1: pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
Fase 2: pessoas entre 60 e 69 anos;
Fase 3: gestantes e puérperas; e
Fase 4: profissionais de saúde.
Esquema Vacinal da população brasileira
Apesar de alguns atrasados, mais de 169,9 milhões de brasileiros já garantiram o esquema primário de proteção contra a Covid-19. Veja o detalhamento elaborado pelo Ministério da Saúde:
1º dose: 183,3 milhões
2º dose: 164,9 milhões
Dose única: 5 milhões
1º dose de reforço: 104 milhões
2º dose de reforço: 42,3 milhões
Dose adicional: 5 milhões
ES lança Plano de Recuperação das Metas de Coberturas Vacinais
A manhã desta segunda-feira (27) marcou a história do Espírito Santo em prol da proteção da população capixaba contra as doenças imunopreveníveis. Com a presença do governador Renato Casagrande, foi lançado o Plano Estadual de Recuperação das Metas de Coberturas Vacinais. O evento no Palácio Anchieta, em Vitória, marcou ainda a nova etapa da vacinação de reforço contra a Covid-19 com doses bivalentes.
“Desde o início da vacinação contra a Covid-19, fizemos solenidades aqui no Palácio Anchieta para incentivar as pessoas a se imunizarem. Com o tempo, observamos uma redução no percentual das pessoas vacinadas. Geralmente fica entre 90% e 95% e estamos na faixa dos 80%. Ainda assim, somos um dos estados que mais vacinam. Estamos também lançando um plano para recuperar o percentual de pessoas imunizadas e vamos avançar ainda mais”, afirmou o governador.
O Plano Estadual de Recuperação das Metas de Coberturas Vacinais visa ao fortalecimento e à retomada, ao longo de 2023 a 2026, das altas e homogêneas coberturas vacinais em todo o território capixaba. O Plano segue as iniciativas do Ministério da Saúde de reorientação de prevenção da saúde, realizadas nos estados e municípios, em resposta à queda das coberturas vacinais observadas nos últimos anos em todo o País.
Pactuado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o plano vai apresentar medidas e ações estratégicas a serem seguidas durante os próximos quatro anos em relação às vacinas que têm metas de coberturas vacinais definidas. Os imunizantes fazem parte do calendário nacional de vacinação infantil, no que se conhece como doses de rotina, e são destinados às crianças menores de dois anos de idade.
Recuperação das coberturas vacinais
Nos últimos anos, o Espírito Santo vive uma redução de metas nas coberturas vacinais dos imunizantes de rotina. Essa queda, que é observada em todo o País, foi potencializada durante os primeiros anos da pandemia da Covid-19, tendo alcançado no Estado, em 2020 e 2021, um dos menores dados dos últimos seis anos.
Diante deste cenário e com a iniciativa do Plano Estadual de Recuperação das Metas de Coberturas Vacinais, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, e em parceria com os 78 municípios capixabas, almeja para os próximos quatro anos o retorno das excelentes coberturas vacinais que já registradas no Estado.
Atualmente, a Secretaria da Saúde, com o Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (PEI/ES) e diante das pesquisas realizadas, pontua alguns fatores que influenciaram diretamente na redução das coberturas vacinais, como notícias falsas sobre as vacinas e os efeitos adversos delas; a pandemia da Covid-19; a baixa adesão familiar em levar crianças e adolescentes aos serviços de saúde para receber as doses vacinais em tempo oportuno; o não envio da autorização para a vacinação nas escolas, a partir das campanhas de vacinação realizadas; as resistências relacionadas às questões religiosas; e o crescimento de grupos antivacinas.