Qualquer plano consistente de industrialização trataria de enfrentar os problemas e mudar o perfil industrial do estado
Reprodução/Luis Nassif/jornal GGN
Santo Agostinho passeava pela praia quando viu um menino pegando água do mar com um balde e colocando em um buraco.
O que você quer fazer?, indagou o santo.
Colocar o mar aqui, respondeu o menino.
Nem se você levar a vida toda não vai conseguir.
E nem se o senhor levar a vida toda vai entender o mistério da Santíssima Trindade.
Tenho a impressão de que passo por um dilema semelhante para entender a industrialização do Espírito Santo.
No segundo artigo tentando explicar o fracasso da industrialização do estado, Pablo Lira relaciona três fatores, todos externos ao Estado – e como fosse papel dos governantes aceitar passivamente a mudança de conjuntura:
Redução da capacidade produtiva de petróleo e gás, culpa da nova lei do petróleo.
Rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, afetando o setor siderúrgico.
Impactos da economia global, pela maior exposição do estado aos humores externos.
Qualquer plano consistente de industrialização trataria de enfrentar tais problemas e mudar o perfil industrial do estado, visando torná-lo mais resistente aos fatores externos.
Depois dessas explicações, conclui ele que “mesmo com gigantescas tragédias que desafiam o setor secundário da economia na última década, o ES observou uma maior sofisticação e resiliência em sua indústria (…) com atração de empreendimentos que contribuem para aumentar a diversificação da base produtiva”.
O estado criou uma fábrica de distribuição de subsídios fiscais e chegou ao requinte da criação de um Fundo Soberano, destinado a alavancar investimentos produtivos.
Seria interessante que Vellozo Lucas e Lira explicassem os resultado da política de subsídios e do fundo soberano.
Pelo material que me enviam, fico sabendo que o tal Fundo Soberano aplicou R$ 11 milhões em uma startup de um filho do ex-senador Ricardo Ferraço, vice-governador do estado.