A Secretaria da Saúde (Sesa) divulgou um alerta da situação epidemiológica da dengue no Espírito Santo voltada aos profissionais da saúde de todo o Estado. Encaminhado a todos os municípios, o alerta visa a orientá-los em relação ao aumento de casos notificados da doença, além do reforço de orientações assistenciais, de coleta de amostras, notificações e ações de enfrentamento.
Paralelamente à divulgação do Alerta, a Sesa encaminhou também às cidades capixabas a Nota Técnica N°03/2023 com orientações para a assistência e manejo clínico ao tratamento da dengue, tanto em Unidades de Pronto Atendimento quanto em prontos socorros hospitalares, além do fluxo de classificação de risco e manejo dos pacientes com casos suspeitos, sejam graves ou não.
Para o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, as mais de 34 mil notificações e os nove óbitos confirmados em apenas dois meses do ano já colocam o Estado em alerta e no cenário de epidemia da dengue.
“Podemos considerar sim uma epidemia da dengue no Espírito Santo. Hoje temos cerca de 800 notificações para cada 100 mil habitantes, quando o ideal é abaixo de 100 notificações. Temos um cenário favorável para sua proliferação, com fatores ambientais, climáticos, além da confirmação da co-circulação de dois sorotipos, o DENV-1 e DENV-2, que ajudam no aumento considerado de casos”, explicou o subsecretário.
Segundo Reblin, o alerta às secretarias municipais se faz também em relação ao manejo clínico dos pacientes para início imediato do tratamento, especialmente com a hidratação.
“Orientamos que o fator determinante para os casos suspeitos seja o clínico. O início dos sintomas é bem característico e esse olhar cuidadoso na rotina é essencial. A orientação à população é de que ao menor sinal de dengue, já inicie a hidratação e procure um serviço de saúde”.
Os documentos estão disponíveis no site www.mosquito.saude.es.gov.br para consulta da população, ou clicando aqui.
A qualquer sintoma da dengue, procure um serviço de saúde
A Secretaria da Saúde (Sesa) orienta que em caso de quaisquer sintomas como febre, dor no corpo, dor articular, dor muscular, dor ao redor dos olhos, dores abdominais, náusea, vômitos, dor de cabeça, inicie imediatamente a hidratação, com ingestão de água, sucos naturais, chás e procure um serviço de saúde mais próximo, e alerte à equipe de saúde em caso de contato com área com mosquito e/ou a suspeição da dengue.
A participação da população no combate é importante
Uma importante estratégia para o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de arboviroses como dengue, zika e chikungunya, está na conscientização da população quanto às ações de cuidados. E esse trabalho se faz ainda mais importante uma vez que 80% dos focos encontram-se nas residências.
Seguem alguns cuidados orientados pela Sesa:
– Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado;
– Tirar água dos pratos de plantas;
– Colocar garrafas vazias de cabeça para baixo;
– Tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;
– Manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;
– Escovar bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantê-los sempre limpos.
Casos registrados recentemente no ES
No último Boletim Epidemiológico que a Sesa divulgou, no dia 3 de março, consta que foram notificados 29.717 casos de dengue no Espírito Santo com incidência de 739,48 casos por 100 mil habitantes entre a semana epidemiológica (SE) 01 (01/01/2023 a 07/01/2023) e a semana epidemiológica (SE) 08 (19/02/2023 a 25/02/2023). Foram confirmados 09 (nove) óbitos neste período.
Dos 78 municípios do Espírito Santo, 22 foram considerados como sendo com incidência alta nas quatro semanas pesquisadas. Castelo é a cidade capixaba que lidera, com maior número de casos, sendo seguido de Jerônimo Monteiro, Atílio Vivácqua, Muqui, Iconha, Vila Valério, Mimoso do Sul, Marataízes, Piúma., Guarapari, São Gabriel da Palha, Colatina, Linhares, São Roque do Canaã, Vitória, Anchieta, Baixo Guandu, Fundão, Serra, Santa Teresa, Pancas, Rio Novo do Sul, Itaguaçu, Muniz Freire.
A lista dos municípios com maior incidência de dengue prossegue com Alfredo Chaves, Conceição do Castelo, Bom Jesus do Norte, Barra de São Francisco, Itapemirim, Alegre, Viana, Marilândia, Alto Rio Novo, Rio Bananal, Mucurici, Pedro Canário, Cariacica, Ibatiba, Ecoporanga, Apiacá, Divino de São Lourenço, Vila Velha, Venda Nova do Imigrante, Afonso Cláudio, Presidente Kennedy, São Mateus, Marechal Floriano, Ponto Belo, Águia Branca, Cachoeiro de Itapemirim, Sooretama, Iúna, Vargem Alta, Santa Leopoldina, São José do Calçado, João Neiva e Laranja da Terra,