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Lixo jogado por moradores no Rio Marinho fez a EBAP travar e provocar alagamento


No último final de semana a Estação de Bombeamento (EBAP) Marinho não pode funcionar devido ao excesso de lixo no rio e, como consequência, provocou alagamento em bairros de Cariacica. “A sociedade precisa se conscientizar da importância de não jogar lixo de porte algum nos cursos d’água”, diz a Sedurb


O ato de jogar lixo no Rio Marinho, praticado por moradores de Vila Velha e de Cariacica, levou à Estação de Bombeamento (EBAP) Marinho, um investimento de R$ 42,5 milhões que foi feito pelo Governo do Espírito Santo e cuja inauguração ocorreu em 17 de dezembro último, vir a ser travada e não funcionar em situação emergencial na última semana. A consequência foi o alagamento de ruas, residências e de comércio, principalmente em Jardim América, em Cariacica (ES), no último sábado (18). Nesta última noite de quinta-feira 23), a Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) deu os esclarecimentos.

A EBAP Marinho é responsável por receber e bombear para a Baía de Vitória as águas provenientes das EBAPs Marilândia e Cobilândia, além de receber e bombear a contribuição das águas do Canal América e dos córregos Campo Grande e Maria Preta. Além da Estação de Bombeamento, o trecho do Canal Marinho localizado em frente aos poços das bombas foi totalmente revestido em concreto, tendo como objetivo evitar o carreamento de resíduos sólidos finos para dentro do poço de bombas, garantindo melhor performance para as bombas e menor necessidade de manutenção.

A obra recebeu seis comportas de maré, que auxiliam no controle das águas da Baía de Vitória em épocas de chuvas intensas. Os bairros de Jardim América, Rio Marinho, Nova América, Jardim de Alah, São Torquato, Vasco da Gama, Sotelândia, Cobilândia e Jardim Marilândia foram os beneficiados com a EBAP. Com isso, os motores de alta potência puxam a água rapidamente, fazendo com que as enchentes não venham mais a ocorrer nesses bairros. A solução encontrada é a de pedir a conscientização da população, para não jogar mais lixo no Rio Marinho, e de instalar telas de filtragem ao longo do curso do rio, para emenizar o impacto na EBAP e evitar o travamento.

Vídeo que circulou nas redes sociais dos bairros que ficaram alagados, devido ao não funcionamento da EBAP Marinho | Vídeo: Redes sociais

“Acumulo de lixo jogado no rio

“O que aconteceu no último sábado foi devido ao grande acúmulo de lixo no gradeamento. A sociedade precisa se conscientizar da importância de não jogar lixo de porte algum nos cursos d’água. Ressaltamos ainda que, para retirada de lixo do gradeamento, as comportas do poço das bombas precisam ser fechadas, para garantir a segurança do operador em atividade”, diz a Sedurb em nota.

“Todas as estações de bombeamento de águas pluviais foram projetadas para serem monitoradas e controladas por um sistema automatizado, inteligente e integrado ao Centro de Operações da Prefeitura de Vila Velha, cuja total performance só será atingida quando todas as estações estiverem prontas e funcionando. De todo modo, vale ressaltar que cada estação possui um sistema ‘padrão’ de acionamento programado, o qual pode ser acionado também remotamente pela equipe de operação e manutenção responsável”, continuou a Sedurb em sua nota.

Comportas estavam fechadas durante alagamento, devido ao excesso de lixo

Em relação a um vídeo feito por um funcionário da Prefeitura de Cariacica, no exato momento em que bairros estavam sofrendo com alagamento, neste último sábado, a Sedurb disse que: “No período do vídeo, as comportas do poço das bombas estavam fechadas, em procedimento operacional de segurança, para limpeza do gradeamento, conforme foi explicado anteriormente. Desta maneira, as bombas não funcionam. As comportas de maré comentadas no vídeo possuem a função de regular a passagem da água à jusante (que vem da foz do rio).” A Secretaria diz que não tem como informar o custo mensal de manutenção da EBAP, porque são as prefeituras arcam com as despesas de operação e de manutenção. “No momento, só temos como informar sobre um valor médio pago, referente a duas contas de energia pagas até o momento, correspondente à cerca de 100 mil reais”, acrescentou.

Ao ser questionada se há um canal de contato com as associações de moradores dos bairros beneficiados, mesmo em finais de semana ou de madrugada, para que os operadores tomem conhecimento da existência de uma situação emergencial, a Sedurb disse que não há esse contato. “A Sedurb não possui este contato e nem faz sentido, pois a operação é de responsabilidade de uma equipe designada pela PMVV (Prefeitura de Vila Velha), sendo o acesso restrito apenas a pessoas treinadas para estar no local”, finalizou.