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Ex-presidente do Bandes lamenta indicação de advogado para presidir o banco de desenvolvimento

Antônio Caldas Brito é economista foi presidente do Bandes por quatro anos |Foto: Arquivo pessoal

O economista e ex-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Antônio Caldas Brito, também lamentou a indicação do advogado, Munir Abud de Oliveira, sem experiência na área econômica para presidir a instituição indutora do desenvolvimento capixaba. “É até difícil a gente analisar indicações, porque o governador tem autonomia. O Bandes é uma economia mista mas tem uma função também de autarquia”, iniciou o ex-dirigente que presidiu a instituição de 28 de março de 1983 a 25 de maio de 1987.

“O Bandes, por muitos anos foi sempre administrado por economistas. O banco tem uma função muito importante e o Bandes foi realmente, digamos assim, o responsável por toda a dinamização da economia do Espírito Santo. No setor de turismo, por exemplo, não tem um hotel que não tenha tido a participação do Bandes”, disse Caldas Brito.

Atenção ao desenvolvimento

O ex-presidente cobrou uma maior atenção ao banco indutor do desenvolvimento do Espírito Santo. “O governador deveria ter mais atenção ao desenvolvimento do Estado para nomear pessoas que tivessem a visão holística da realidade econômica do Estado. E que o Bandes conseguisse continuar com a função de propulsor do desenvolvimento do Estado. É ao governador a quem cabe fazer”, afirmou.

Ele se recordou que quando presidiu o Bandes foi em um momento adverso, porque havia um decreto de repasses estava suspenso para o Espírito Santo, porque o Estado estava inadimplente. Com a sua expertise conseguiu reverter a adversidade e conseguiu a liberação de recursos para o microcrédito que estava suspenso.

“A gente conseguiu um convênio com o Banco Central para liberar recursos para financiar a agricultura. O banco foi o grande vetor de desenvolvimento do Estado na área de turismo, na área de modernização da agrícola. A função do Bandes é estratégica. Sempre foi. Hoje perdeu um pouco depois de ter perdido o Funres (Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo)”, concluiu.

Breve histórico do Bandes

O Bandes é uma instituição financeira, cujo negócio é prover soluções financeiras para o investimento produtivo, gerenciar fundos e prestar serviços para o Estado e municípios. Foi criado em 20 de fevereiro de 1967, pela lei 2.279 ,de 1º de fevereiro de 1967, inicialmente com o nome de Companhia de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo (Codes), durante o Governo Christiano Dias Lopes Filho. A principal da missão da Codes foi atuar como instrumento de revitalização da economia capixaba.

Em 21 de novembro de 1969, instituída pela lei 2.413, de 1969 e pela Carta Patente I – 333, de 11 de dezembro de 1969 pelo Banco Central, a Codes foi transformada em Bandes, com atribuições e responsabilidades delineadas pelo Banco Central do Brasil: operar com financiamentos a médio e longo prazos. Ao longo desses  50 anos, o Bandes contribuiu para o crescimento de pequenas, médias e grandes empresas capixabas, rurais e urbanas, gerando renda, emprego e competitividade.