A Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes (GAP) está selecionando mediadores voluntários para atuarem no projeto Arquivo de Arte Contemporânea e outras exposições previstas para o segundo semestre de 2023. As atividades serão realizadas presencialmente na Universidade, em dois turnos, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, de acordo com a necessidade do candidato.
Os interessados devem encaminhar e-mail para o endereço gapvix@gmail.com, contendo cópia do comprovante de matrícula ou diploma de graduação e a disponibilidade de dias e horários. A ação terá duração de seis meses e poderá ser prorrogada a pedido do voluntário. Haverá emissão de certificado, assinado pela coordenação da Galeria.
O projeto Arquivo de Arte Contemporânea visa formar um ponto de memória referente à arte contemporânea capixaba, na qual a GAP é uma instituição pioneira. O intuito é reunir e examinar a coleção de documentos impressos que constam nos arquivos da Universidade e na imprensa local, entrevistar participantes do processo de formação e consolidação da Galeria como espaço de divulgação e formação de artistas no estado, assim como do percurso histórico da GAP.
Os voluntários também estarão envolvidos no levantamento das obras e das biografias dos artistas e demais dados relevantes.
O que é fazer mediação em Arte?
Um mediador entra em cena como alguém que trará informações sobre uma determinada peça ou obra de arte para trazer o conceito por trás dela. Além disso, o trabalho envolve trazer informações relevantes sobre o autor e o período, para que o público possa se conscientizar do contexto em que a obra foi criada.
Normalmente os mediadores são pessoas com especializações e referências fortes em seus campos de trabalho. Cada vez mais este campo tem sido tomado por pessoas que às vezes têm no máximo uma graduação completa. Isso se torna possível devido aos avanços com a internet;
Semana Nacional de Museus
Em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, celebrado no dia 18 de maio, começou nesta última segunda-feira (15), a 21ª Semana Nacional de Museus, reunindo programações especiais em cerca de 1.100 instituições de arte em todo o país. No Espírito Santo, 15 espaços participam da iniciativa com exposições, palestras e mesas-redondas, incluindo a Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu), a Galeria de Arte e Pesquisa (GAP) e o Museu de Ciências da Vida (MCV), localizados no campus de Goiabeiras. O evento vai até domingo, dia 21.
Nesta edição, a Semana traz o tema Museus, sustentabilidade e bem-estar. O tema está em consonância com três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): Saúde e Bem-Estar Global, Ação Climática e Vida na Terra.
Na Ufes, as exposições participantes já estão abertas à visitação. Inaugurada em 11 de abril, Mulheres no acervo da Ufes fica em cartaz na Gaeu até o dia 7 de julho; no hall do Teatro Universitário, até o dia 31 de maio, Acervo, Imagem e Documento exibe cartazes e documentos de mostras realizadas na GAP desde 1976; e a mostra Moradores da Floresta, reunião de espécimes de animais silvestres plastinados, promovida pelo MCV, está aberta ao público na Biblioteca Central da Ufes até 30 de junho.
Debates e visitas
Além das exposições, como parte da programação, a GAP realiza conversas que terão início nesta segunda-feira, sempre a partir das 16 horas. A primeira, com o professor José Aparecido Cirillo, do Departamento da Artes Visuais da Ufes (DAV), será sobre Acervos da arte contemporânea – o arquivo, a galeria e o museu. Na terça-feira, 16, o encontro será com a professora Gilca Flores, coordenadora do Núcleo de Conservação e Restauração da Ufes (NCR), que discutirá o tema Documentação em conservação, montagem e desmontagem das obras em projetos expográficos. E na quinta, 18, será realizada uma mesa-redonda com os professores Daniel Hora (DAV), Ananda Carvalho (DAV) e Miguel Gally (UnB), sobre Sistemas da arte pós-digital: estudos sobre curadoria expandida em plataformas on-line.
Os encontros acontecerão de forma virtual no canal do Centro de Artes da Ufes (CAr). A programação inclui também visitas mediadas com a equipe da GAP na galeria e no Teatro Universitário, na terça e na quarta, a partir das 15 horas.
Para a coordenadora da GAP, a professora Isabela Frade (DAV), as instituições de arte se inserem na temática da sustentabilidade de forma paralela à questão ecológica, ainda que também reflitam sobre ela. A programação de palestras, segundo ela, surgiu da disposição dos professores e de uma série de perguntas que envolvem a sobrevivência não só das pessoas num mundo pós-pandemia como também dos espaços culturais.
“A sustentabilidade é também gerar o movimento de permanecer vivo. A área da cultura sofreu demais nos últimos anos. Qual seria o caminho dos museus nesse contexto? Como permanecer vivos com restrições materiais, num mundo em crise? Somos uma instituição acadêmica, temos um perfil diferente das galerias comerciais”, explica.
Memória e futuro
Já na Gaeu, a Semana Nacional de Museus motiva uma conversa com as professoras e curadoras da exposição Mulheres no acervo da Ufes, Ananda Carvalho (DAV) e Margarete Góes (DLCE), nesta terça-feira (16), a partir das 10 horas. Partindo da mostra, as professoras discutirão questões histórico-sociais e políticas, sobretudo relacionadas à luta das mulheres.
“Quando trazemos mulheres artistas para a discussão, surgem questões como a importância da memória e da visibilidade, os direitos que continuamos na luta para conquistar”, afirma Ananda Carvalho. “Precisamos ressaltar o papel crucial da arte na sociedade. Existe uma potência na arte em ativar o reconhecimento do passado, entender o presente e pensar em novas perspectivas para o futuro”.Nesta última segunda-feira (15) foi celebrado o início da programação especial, a Gaeu.