À meia-noite e 45 minutos desta quarta-feira (31), a Ufes emitiu um comunicado, através de seu portal oficial, para informar que decidiu suspender as aulas nos campi de Goiabeiras e Maruípe, em Vitória (ES). A princípio a suspensão das aulas é válida apenas para esta quarta. Mas avisou que as atividades administrativas foram mantidas, se iniciando após o almoço. A única exceção são os funcionários que trabalham no prédio da Reitoria, um dos alvos dos protestos dos estudantes,
Os estudantes estão protestando contra o valor do bandejão servido no Restaurante Universitário (RU), onde a Ufes cobra atualmente R$ 5,00 por cada refeição, e pedem que seja ampliado a quantidade de estudantes que tem isenção desse pagamento. A Ufes vem se opondo a reduzir, mas assinalou nesta última terá-feira (30) que estava aberta ao diálogo.
A Ufes justificou a suspensão das aulas nos dois campi localizados na Capital do Espírito Santo alegando que foi “por não ter sido possível viabilizar o funcionamento do Restaurante Universitário, uma vez que o bloqueio dos acessos ao campus de Goiabeiras permaneceu durante todo o dia de terça-feira.” Na nota a universidade rememora o comunicado feito na véspera, quando acenava para um diálogo.
Comissão
“Na tarde dessa terça-feira, a Administração Central designou uma comissão para continuar o diálogo iniciado na última segunda-feira com representantes estudantis que realizam manifestações com fechamento dos acessos aos campi de Goiabeiras e Maruípe, a fim de construir soluções para a retomada das atividades”, disse a Ufes.
A comissão formada pelo vice-reitor Roney Pignaton, pelo pró-reitor de Assuntos Estudantis e Cidadania, Gustavo Forde, pela pró-reitora de Graduação, Claudia Gontijo, pelo chefe de Gabinete da Reitoria, Áureo Banhos e pela superintendente de Comunicação, Ruth Reis. Os representantes da Ufes se reuniram com os representantes dos estudantes na noite desta última terça-feira, entre 19h30 e 23h30.
No encontro ficou acertado alguns encaminhamentos, entre os quais o compromisso dos estudantes de liberação das vias de acesso aos campi de Goiabeiras e Maruípe. A reabertura, segundo a nota da universidade, “possibilitará o funcionamento do Restaurante Universitário a partir de quinta-feira, dia 1º de junho, quando também serão retomadas as atividades acadêmicas.
Isenções de pagamento
As conversações prosseguem nesta quarta-feira, com o objetivo de construir soluções conjuntas para a pauta apresentada pelos estudantes. Dentre essas soluções, a Reitoria já se comprometeu a estudar o aumento da faixa de isenção para ingresso gratuito no RU. Segundo a Ufes, atualmente o Programa de Assistência Estudantil assegura aos estudantes participantes a isenção total do preço da refeição nos RUs, ou seja, a gratuidade, que beneficia cerca de 4.500 estudantes, o que corresponde a 25% dos discentes.
Um dos pontos da falta de acordo é que as exigências da Ufes para o enquadramento dos estudantes na faixa de isenção são rigorosas, o que deixa de fora alunos que estão em dificuldade financeira e não tem condições de pagar os R$ 5,00 para o almoço e o mesmo valor para o jantar.
Outro item destacado pela universidade nas conversações preliminares é a criação de uma comissão, no âmbito do Fórum de Assistência Estudantil. O intuito é debater as diversas ações possíveis que revertam em melhorias para os restaurantes universitários, além da promoção de diálogo entre estudantes, Sindicato dos Trabalhadores da Ufes e servidoras do Restaurante Universitário “para construir formas de destensionamento no ambiente de trabalho.”