O ministro da Justiça, Flávio Dino, usou as suas redes sociais para dizer, sem se referir diretamente ao dono da Igreja evangélica Lagoinha, o pastor bolsonarista André Valadão, que ele vai responder judicialmente por estimular aos seus seguidores a matar pessoas LGBTQI+
“O suposto cristão que propaga ódio contra pessoas, por vil preconceitos, tem no mínimo dois problemas. Primeiro, com Jesus Cristo, que pregou amor, respeito, não violência contra pessoas. ‘Amar o próximo como a si mesmo’, disse Jesus. Segundo, com as leis, e responderá por isso”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, nas suas redes sociais.
O pastor que usa o púlpito da igreja de sua propriedade para destilar ódio, principalmente contra a comunidade LGBTQI+, já está sendo alvo de dois pedidos de prisão, por sua pregação de ódio ter se caracterizado como um crime previsto no Código Penal. Um desses pedidos é da Aliança Nacional LGBTI+ e o outro do senador Fabiano Contarato.
De acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a pena para LGBTfobia pode alcançar cinco anos de reclusão, quando tem ampla divulgação, como foi o caso da pregação de ódio de André Valadão. O proprietário da Igreja Lagoinha mora em Orlando, no Estado americano da Flórida. Foi dos Estados Unidos que ele fez a pregação de ódio contra a comunidade LGBTQI+.
MPF apura crime de homotransfobia praticado por André Valadão
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para apurar possível prática de homofobia praticada pelo líder religioso André Valadão durante transmissão de um culto de sua igreja pelo YouTube. O procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, é o responsável pelo procedimento.
Segundo vídeos apresentados em matérias jornalísticas, o investigado usou expressões como: “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirma o pastor. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”. Após a apuração dos fatos, o MPF encaminhará as medidas cabíveis para o caso.