fbpx
Início > Polícia encaminha para reciclagem mais de mil veículos que estavam em pátios do Detran-ES

Polícia encaminha para reciclagem mais de mil veículos que estavam em pátios do Detran-ES


Muitos dos veículos destruídos estão em perfeitas condições, mas devido a valores excessivos de multas, ficou inviável para o proprietário retirar os carros. Para alguns desses conservados haverá uma fase de planejamento para a realização de um leilão de veículos apreendidos


Boa parte dos veículos são danificados pelo processo de empilhamento que é feito nos pátios do Detran, uma solução encontrada para a área dos veículos retidos não ficar extensa. | Fotos: Divulgação/PCES

A Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (PCES), por meio da Força-Tarefa de Gestão de Veículos Destinados à Alienação (FTGVDA), em convênio com o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), entrou na fase de conclusão os procedimentos de reciclagem de 569 carros e 1.415 motocicletas, que estavam depositados em Pátios por todo o Estado e, foram centralizados na Central de Leilões do Detran-ES, antigo Pátio Central, em Campinho da Serra I, no município da Serra. A ação de prensagem começou no início de agosto.

Segundo o coordenador da Força-Tarefa, delegado Érico de Almeida Mangaravite, a grande maioria destes veículos encontra-se em precário estado de conservação. “São motocicletas e carros que foram apreendidos por conta de investigações policiais. Muitos deles não possuem qualquer condição de retornar à circulação, seja porque faltam itens de segurança básicos, seja porque o valor dos débitos com o Estado anteriores à apreensão impossibilita a sua regularização”, disse o delegado.

”Há ainda casos em que os veículos aparentemente estão bem conservados e poderiam ser utilizados por algum órgão público; porém, os custos de manutenção tornam essa alternativa inviável”, prosseguiu Érico Mangaravite. Por fim, há também veículos que foram adulterados pelos criminosos e, mesmo após serem periciados, não foi possível obter sua identificação original, o que impede a sua regularização perante o órgão de trânsito. Assim, após analisar criteriosamente cada situação, chegamos a este montante de veículos cuja reciclagem é a medida mais recomendável.

Polícia encaminha para reciclagem mais de mil veículos que estavam em pátios do Detran-ES | Imagens: Divulgação/PCES

Guarda dos veículos trazia riscos ao Estado, diz delegado

“Cabe destacar que a manutenção desses veículos em depósitos gera diversos custos para o Estado. Além disso, há o risco de incêndios, de vazamentos de líquidos inflamáveis ou danosos ao meio ambiente, da proliferação de mosquitos, roedores e outras pragas, bem como da ação de vândalos ou criminosos. Assim, a reciclagem permite a desocupação dessas vagas e a otimização do uso dos recursos do Estado”, explicou o delegado Érico Mangaravite.

Uma vez que a apreensão de veículos é uma ação inerente à atividade da Polícia Civil, novos procedimentos de reciclagem devem ser realizados no futuro com os mesmos objetivos. Também está em fase de planejamento a execução de um leilão de veículos apreendidos conservados, ou seja, que após autorização judicial são passíveis de arrematação por particulares para posterior regularização e retorno à circulação.

“Parcerias exitosas com a Polícia Civil’, diz diretor-geral do Detran-ES

“O Detran-ES realiza diversas parcerias exitosas com a Polícia Civil no sentido de promover a segurança no trânsito, combatendo crimes e retirando de circulação veículos apreendidos por investigações e que não têm condições de retornar às ruas”, disse o diretor-geral do Detran-ES, Gilvado Vieira da Silva.

”A partir desse trabalho, realizamos também leilões de sucata inservíveis, que contribuem, inclusive, para a sustentabilidade ambiental, já que é possível reaproveitar materiais como ferro, alumínio, cobre, plástico, o que é bom para reduzir a quantidade de lixo e diminui a necessidade de extração da natureza”, acrescentou o ex-candidato não eleito em 2022 para a Câmara dos Deputado pelo PSB. Gilvado, que já foi vice-governador de Renato Casagrande (2011-1015) inicialmente pelo PT e depois mudou para o PCdoB.

Só em 2023, o Detran-ES já entregou 2 mil toneladas de sucata para empresas regulares do ramo de reciclagem, siderurgia ou fundição que arremataram leilões. No Espírito Santo há uma única usina de trabalha com reciclagem, a mexicana Simec, que fica em Cariacica (ES). Mesmo que os veículos transformados em sucata sejam vendidos por um atravessador, é para a Simec que vão ser desmanchados e vão virar tarugos.

Reciclagem

A reciclagem ocorre, segundo informação da Assessoria de Imprensa da Polícia civil, da seguinte maneira: os veículos apreendidos cuja restituição ao legítimo proprietário se mostrar inviável, seja por conta de questões criminais, seja por impossibilidade de regularização do bem perante o órgão de trânsito, são considerados aptos à reciclagem.

Inicialmente, os veículos passam por um processo de descontaminação, quando são retirados fluidos e combustíveis, bem como acessórios com risco potencial, como cilindros de gás veicular. Uma vez livres de contaminantes, são compactados por uma prensa. O material compactado é arrematado via leilão e segue para uma siderúrgica (Simec), onde é triturado, separado e reciclado.

Veículos recuperados de furto não foram para o verdadeiro dono, mas treansformados em sucatas para ser vendida pelo Estado. A moto Honfda placa MTY 8388 consta que foi roubada e que o IPVA está pago até outubro | Imagem: Divulgação

Nas fotos divulgadas pela Policia Civil consta a moto Honda CG 125, placa MTY 8388, anunciada como sendo destruída pela PCES e cujo dono é de Cachoeiro de Itapemirim. Na documentação disponibilizada na internet é dada a informação de que o IPVA está em dia e válido até outubro deste ano e que a mesma foi roubada.

Ao ser questionado sobre esse caso especifico, o delegado deu resposta ao questionamento formulado pelo Grafitti News e respondeu: Para a moto ter ido parar no desmanche, segundo a autoridade policial, está enquadrada dentro das seguintes hipóteses:

  • se trata de veículo clonado, isto é, após vistoria e perícia se verificou que o veículo não é original (está com “placa fria”);
  • o proprietário foi notificado e não compareceu para retirar o veículo, por qualquer motivo (estado de conservação do bem quando recuperado, multas de trânsito em aberto que devem ser pagas para a retirada do bem, etc.)
  • o veículo foi vendido pelo proprietário, mas não houve transferência de propriedade no órgão de trânsito conforme determina a lei, o que inviabiliza a localização do possuidor do bem;