Investigação precoce é fundamental para início do tratamento, dizem especialistas
O câncer nos ossos exige cuidados redobrados, já que muitas vezes acaba sendo descoberto tardiamente, prejudicando a possibilidade de cura. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer para o triênio 2023-2025. A American Cancer Society divulgou que os tumores ósseos não metastáticos são raros, representando menos de 1% de todos os tipos de câncer. Essa particularidade é o que motiva mais atenção, especialmente em adolescentes e adultos.
Segundo o INCA, o osteossarcoma é a neoplasia óssea mais prevalente na população infantojuvenil (0 a 19 anos de idade), correspondendo de 3 a 5% de todos os tumores nesta faixa etária, sendo mais frequente no sexo masculino e acometendo principalmente ossos longos como fêmur, tíbia e úmero. A doença pode ser originar tanto dos próprios ossos, causando tumores primários, quanto se manifestar como metástase, a partir de outras regiões do corpo, denominados como secundários.
“Já na população acima dos 40 anos, temos sempre que suspeitar das lesões metastáticas, como os secundários aos cânceres de próstata e mama, além do mieloma múltiplo. Por isso, alertamos para a importância do acompanhamento multidisciplinar periódico para rastreio, além de atenção aos sintomas”, ressalta Gustavo Neves Rego, oncologista ortopédico da Oncoclínicas Espírito Santo, unidade Medquimheo.
“Observamos que o câncer ósseo pode acometer diferentes faixas etárias, desde crianças até idosos. Apesar dos sintomas inespecíficos, a dor óssea pontual, associada ou não às atividades, assim como fraturas espontâneas ou de baixa energia estão dentre os principais pontos de alerta. O importante é estar atento aos diversos sinais, associado a uma história clínica detalhada, seguida da avaliação de um oncologista ortopédico.”, diz o médico.
Diagnóstico
O diagnóstico dos tumores ósseos começa com um exame clínico e histórico do paciente, além de exames de imagem como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea.
Após a análise clínico-radiológica, a definição diagnóstica se dá por meio de biópsia, que consiste na retirada de um pedaço do tumor e análise em laboratório para confirmação do subtipo, grau de agressividade e características moleculares que possam ajudar no tratamento.
Tratamento
O tratamento deve ser feito em um ambiente multidisciplinar, com equipes de especialistas experientes, de forma específica e individualizada. A abordagem depende do tipo, tamanho e local do tumor, além de quanto ele se espalhou.
Em geral, procedimentos cirúrgicos, radioterapia e quimioterapia, estão dentre o arsenal terapêutico que pode vir a ser utilizado com base nas especificações de cada caso. Além do controle da doença, a preservação do membro com boa função motora é um dos principais objetivos do tratamento.