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Uso de cidadãos como escudo humano, para troca de tiros pela Polícia, é criticado pela OAB-ES


“Não cabe ao cidadão de bem servir de escudo humano a quem quer que seja. Paz!”

José Carlos Risk Filho, presidente da OAB-ES

Uso de cidadãos como escudo humano para troca de tiros pela Polícia, é criticado pela OAB-ES | Vídeos: Reprodução/Redes sociais

O presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Risk Filho, usou a sua conta no Instagram para questionar o uso de veículos particulares, com motoristas dentro, como escudo humano em troca de tiros com perseguidos em ação policial. “É preciso investigar profundamente se os padrões de segurança na abordagem foram observados e todas as cautelas para preservar a vida dos cidadãos inocentes no entorno da ocorrência. Esperamos e vamos cobrar apurações severas sobre o caso”, diz o dirigente da OAB-ES.

Em nova postagem no Instagram, Risk Filho acrescentou: “Não se trata de criminalizar as forças policiais nem santificar os criminosos mas preservar a vida dos inocentes que lá estavam. Nós estávamos simplesmente numa das avenidas que mais se movimentam em Vitória foram ouvidos mais de 70 tiros, houve um advogado de 70 anos que teve seu carro alvejado e um inocente baleado. É preciso investir em inteligência e segurança pública”, acrescentou.

O dirigente da seccional da OAB capixaba em outra postagem no Instagram  disse que manteve com o advogado que foi vítima da ação policial na Avenida Leitão da Silva: “Informo a todos amigos da Advocacia que acabei de conversar com Dr. Anterio Paganini (advogado que teve seu carro alvejado) e o mesmo encontra-se bem fisicamente recebendo cuidados de sua família. Graças a Deus não ficou com sequelas de natureza física em que pese o choque emocional consequente do momento.

Na foto é possível ver policias usando carros com cidadãos comuns dentro como escudos humanos | Imagem: Redes sociais

Perseguição policial pelas ruas de Vitória

A Guarda Municipal de Vitória, que já havia colocado as placas do veículo utilizado pelos criminosos no sistema de monitoramento por vídeo, localizou o veículo na Avenida Fernando Ferrari, em Goiabeiras. Dali iniciou-se a perseguição, que passou a contar com o apoio da Polícia Militar do Espírito Santo.

A correria dos veículos, inclusive passando na contramão, passou por Jardim da Penha, onde os perseguidos bateram em um canteiro, que mesmo com o pneu furado prosseguiu até a Avenida Leitão da Silva, onde o transito estava engarrafo e com isso começou o tiroteio. Os tiros foram trocados com os veículos parados no transito e com populares transitando pelas calçadas.

O carro utilizado pelos criminosos segundo a Guarda Municipal de Vitória, foi roubado de uma professora, na Praia do Canto, em 28 de junho último, ao lado da Delegacia da Polícia daquele bairro. De acordo com a Secretaria de Segurança e Defesa Social, o veículo foi utilizado em um homicídio na última sexta-feira (25).

Dos quatro ocupantes do veículo que estava sob perseguição policial, Cleiton Gomes Serafim, de 24 anos foi morto a tiros pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal de Vitória. De acordo com a PM, ele havia fugido do sistema penitenciário, onde estava preso por tráfico de drogas. Além dele foram baleados e presos Jonathan dos Santos Silva e Fernando João dos Santos. O quarto, que conseguiu fugir, não foi identificado.

Vítimas da imprudência

Além de um trabalhador que passava na hora na Avenida Leitão da Silva e foi atingido por bala perdida, estava o advogado Anterio Paganini, que transitava pelo local, ficou retido no meio do tiroteio e virou escudo humano. Os policiais usaram o seu veículo para ficar atrás, transformando o carro em alvo na troca de tiros. Ele acabou tendo seu veículo perfurado por balas.

O advogado contou à imprensa que conseguiu sair pela porta do carona e se refugiou na guarita de um hospital que está localizado nas proximidades. Em conversa com o presidente da seccional da OAB capixaba, ele disse que estava bem e que considerou estar vivo um “livramento divino.”