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Sistema para monitoramento oceânico e climático é instalado na foz do Rio Doce

Sistema para monitoramento oceânico e climático é instalado na foz do Rio Doce Á esquerda é a bola meteoceanográfica, já que a bola spotter está em manutenção porque o pescador a pegou do mar | Fotos: Acervo do professor/Ufe e Fundação Renova

Atualização feita em 20/09/2023, às 11h46, a partir de revisão no texto original, feita pela Ufes

Um sistema de monitoramento oceânico e climático foi instalado na área de deságue do Rio Doce com o objetivo de fornecer subsídios ao governo federal e a gestores ambientais sobre os impactos das mudanças climáticas ao longo da costa brasileira. A boia meteoceanográfica (foto) é um dos sistemas observacionais, além de um marégrafo e um ondógrafo (boia Spotter), que fazem parte de uma parceria entre a Ufes, o Programa Nacional de Boias da Marinha do Brasil (PNBOIA) e o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SimCosta).

O dispositivo integra as atividades de pesquisa e desenvolvimento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas para atender às necessidades nacionais de conhecimento sobre mudanças do clima, incluindo a produção de informações para formulação de políticas públicas. No total, 42 estações de monitoramento já foram implementadas ao longo da costa brasileira.

Tecnologia e funcionalidade

As boias possuem um complexo sistema envolvendo sua flutuação, ancoragem, sensores e comunicação. Além disso, possuem um módulo de baterias próprio que é recarregado por meio de painéis solares em seus equipamentos de subsuperfície, enquanto há outro módulo de baterias que alimenta o sistema meteorológico.

“Deste modo os instrumentos transmitem dados sobre os parâmetros meteorológicos através dos satélites Argos. Já os dados oceanográficos são transmitidos via satélite GSM, detalha o professor do Departamento de Oceanografia e Ecologia da Ufes e pesquisador responsável local pelo projeto, Renato Ghisolfi

O professor explica ainda que as variáveis meteorológicas medidas compreendem a radiação solar, a velocidade e direção do vento, a temperatura do ar, a umidade relativa e a pressão atmosférica. No caso da água do mar, os sensores são de pressão, condutividade, temperatura, fluorescência estimulada, turbidez, matéria orgânica dissolvida colorida, velocidade e direção de correntes, ondas e altura do nível do mar.

As estações terão seus níveis de referência monitorados continuamente pela Rede Altimétrica de Alta Precisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com tal tecnologia, as consequências da elevação do nível do mar poderão ser facilmente identificadas e mapeadas na região costeira.

SiMCosta

Criado em dezembro de 2011, o SiMCosta é uma rede integrada de plataformas flutuantes ou fixas, dotadas de instrumentos e sensores, com funcionamento autônomo e capacidade de coletar regularmente variáveis oceanográficas e meteorológicas, transmitindo-as para uma central de processamento instalada na Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e, imediatamente, disponibilizando gratuitamente os dados processados ao público-alvo. O acesso pode ser feito a partir do site https://simcosta.furg.br/home

O projeto é financiado pelo Fundo Clima, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMAMC) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo integrado ao Sistema Brasileiro de Monitoramento Oceanográfico (Sibramoc) por meio da Rede de Monitoramento a partir de Boias Fixas (PNBOIA), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Ciências do Mar – Centro de Oceanografia Integrada (INCT-Mar COI) e INCT para Mudanças Climáticas (INCT-MC).

Texto: Ghenis Carlos Silva / UFES (bolsista em projeto de Comunicação)