Resultados são do novo relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento divulgado nesta quarta-feira; commodities e boas safras aceleram recuperação brasileira; queda de crescimento global afeta especialmente países em desenvolvimento
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta que o crescimento econômico mundial deve desacelerar de 3% no ano passado para 2,4% em 2023. As previsões apontam para poucos sinais de recuperação em 2024.
O relatório divulgado nesta quarta-feira mostra uma tendência mais positiva para alguns países, incluindo o Brasil. China, Japão, México e Rússia também devem observar números melhores.
Brasil
As estimativas da Unctad apontam que a economia do Brasil deve crescer acima da média em 2023, podendo chegar a 3,3%. Em 2024, o país também deve desacelerar, com aumento previsto em 2,3%.
A revisão do crescimento brasileiro teve uma elevação de 2,4%, a mais alta entre as economias avaliadas pela agência da ONU. A Unctad destaca que o crescimento das exportações de commodities e boas safras na agricultura vêm impulsionando esse crescimento. No entanto, a queda na procura está atrasando o avanço dos números.
A agência aponta os impactos tardios do aperto monetário, que começou no final de 2021, e o aumento da dívida privada, especialmente das famílias, durante a crise da Covid-19 como as principais causas.
América do Sul
Na região, a Argentina segue uma tendência negativa, sofrendo com recessão e inflação acelerada. A seca que afeta o país aumentou o preço dos alimentos e da energia, com efeitos negativos no poder de compra das famílias, especialmente entre os segmentos mais pobres da população.
O peso argentino também sofre com a inflação, causando uma corrida por moeda estrangeira e à depreciação da moeda. Brasil e Argentina respondem por cerca de 70% da produção da região.
Reforma financeira
Na avaliação da agência da ONU, os números destacam a necessidade urgente de reforma do sistema financeiro global, de políticas mais práticas para combater a inflação, a desigualdade e a dívida soberana, bem como uma supervisão reforçada dos mercados críticos.
A secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan, destaca a necessidade de evitar erros políticos do passado.