Enquanto a ONU patina e vem permitindo que o governo israelense continue praticando o genocídio contra a população civil de Gaza, na Palestina, a Organização Mundial de Saúde (OMS) toma a frente a faz dura condenação ao assassinato de mais de 500 cidadãos palestinos no Hospital Al Ahli Arab. O hospital é administrado pela congregação Batista e fica no Centro de Gaza.
Foram mais de 500 civis palestinos assassinos por bombardeio do governo de Israel na tarde desta última terça-feira (17). Enquanto isso, a própria OMS vem alertando para o risco de falta de água, de energia e de alimentos, já que os palestinos vivem em um país onde Israel promove, historicamente, o cerco pelas fronteiras e até pelo mar.
Leia a íntegra da declaração da OMS entregue à imprensa internacional:
OMS condena veementemente ataque ao Hospital Al Ahli Arab e vítimas em grande escala
A OMS condena veementemente o ataque ao Hospital Al Ahli Arab, no norte da Faixa de Gaza. O hospital estava operacional, com pacientes, prestadores de cuidados de saúde e pessoas deslocadas internamente abrigando-se lá. Os primeiros relatórios indicam centenas de mortes e feridos.
O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que enfrentavam ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação tem sido impossível de executar dada a atual insegurança, estado crítico de muitos doentes e falta de ambulâncias, pessoal, capacidade de leito do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados.
A OMS apela à proteção ativa imediata dos civis e dos cuidados de saúde. As ordens de evacuação devem ser anuladas. O direito internacional humanitário deve ser respeitado, o que significa que os cuidados de saúde devem ser ativamente protegidos e nunca visados.
Ataque a hospital gerou indignação internacional
O ataque gerou indignação internacional. Em uma mensagem publicada na rede X (ex Twitter), o chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou nesta quarta-feira (18) que ficou “horrorizado” com as imagens do ataque a Gaza, que atingiu principalmente civis, incluindo mulheres e crianças. Ele pediu uma investigação “aprofundada”.
“Nada justifica um ataque a um hospital cheio de civis”, também frisou Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. “Todos os fatos devem ser esclarecidos e os responsáveis prestar contas”, afirmou Von der Leyen diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Para a OMS, a situação em Gaza “está fora de controle”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou nesta terça-feira (17), também na rede X, “que nada justifica tomar civis como reféns.” Ele pediu a abertura de um corredor humanitário em Gaza.
Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que o ataque contra infraestruturas civis “não está de acordo com o direito internacional”.
Homenagem de bolsonarista à 1º ministro de Israel
Exatamente no mesmo dia em que o exercito de Israel, sob o comando do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu promoveu o genocídio de mais de 500 civis palestinos, no interior do Hospital Al Ahli Arab, as redes sociais tomaram conhecimento da concessão de um título de cidadão honorário de Rondônia à Netanyahu. O Decreto-Legislativo Nº 2.403/2023, assinado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Marcelo Cruz da Silva (Patriota), foi amplamente divulgado, com indignação, nas redes sociais do Brasil e da Palestina.
O projeto de Decreto Legislativo 309/2023, propondo a concessão de título honorifico ao primeiro-ministro de Israel foi do delegado de Polícia Civil daquele Estado, Lucas Torres Ribeiro, que está ocupando o cargo político de deputado pela primeira vez pelo PP. Para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ele declarou ter 37 anos, ser branco, casado e ter grau de escolaridade “nível superior” e que teve uma receita na campanha de 2022 de R$ 201.701,26.