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Em defesa da vacinação, Ufes integra rede de combate à desinformação na área da saúde

Em defesa da vacinação, Ufes integra rede de combate à desinformação na área da saúde | Imagens: Divulgação/Ufes e Ministério da Saúde

O Governo Federal lançou nesta terça-feira, 24, em Brasília, o programa Saúde com Ciência, estratégia interministerial coordenada pelo Ministério da Saúde em defesa da vacinação e de combate à desinformação. A Ufes participou do evento representada pela superintendente de Comunicação (Supec), Ruth Reis, integrando a rede contra a disseminação de notícias falsas relacionadas às vacinas. O professor Fábio Goveia, do Departamento de Comunicação Social da Ufes, que desenvolve um projeto de pesquisa no Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic-Ufes) envolvendo monitoramento e análise de dados de redes sociais sobre propagação de desinformação na área de saúde, também esteve presente.

“A Ufes se orgulha em fazer parte deste esforço de combater a desinformação, em parceria com vários órgãos de governo e ministérios. Por meio do Labic, a Universidade vai atuar desenvolvendo pesquisas na área de comunicação e saúde. A pesquisa científica é uma das frentes de combate à desinformação. Há outras em que a Ufes também participa, como o empenho na requalificação do ecossistema de comunicação por meio da expansão da rede de comunicação pública. É importante destacar também que o combate à desinformação ganha a forma de política pública, com o envolvimento de diversos órgãos governamentais e começa a se desenvolver de forma articulada em diversas frentes”, afirmou Ruth Reis.

Evidências científicas

A ministra da Saúde, Nísia Trindade (na foto abaixo, entre Ruth Reis e Fábio Goveia), destacou durante o lançamento do programa a necessidade de “valorização da ciência e de suas evidências para as políticas [públicas] de saúde e combate à desinformação que afeta e causa riscos para a vida”. Ela destacou que essa é uma batalha pela vida que deve mobilizar não apenas o Executivo, mas o Legislativo e o Judiciário, lideranças religiosas, profissionais de saúde, universidades e outras instituições de pesquisa que tiveram papel central no enfrentamento à pandemia da covid-19. Trindade salientou a “importância da comunicação para lidar com as novas formas de circulação de informação que tanto podem nos trazer coisas positivas como negativas”.

O programa visa Ruth Reis, Nísia Trindade e Fábio Goveiaretomar as altas coberturas vacinais de poliomielite, sarampo e tantas outras vacinas por meio do combate à desinformação. A estratégia interministerial prevê “ações para identificar e compreender o fenômeno da desinformação, promover informações íntegras e responder aos efeitos negativos das redes de disseminação de notícias falsas de maneira preventiva”. Dentre as ações, estão previstas pesquisas coordenadas pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com instituições de pesquisa e de ensino de todo o país.

A primeira fase do programa consiste no enfrentamento à desinformação sobre vacinas, com o objetivo de mitigar o efeito desses conteúdos falsos nas ações do Programa Nacional de Imunizações. Levantamento de dados que circularam em  redes sociais e plataformas abertas mapeadas pelo Ministério da Saúde entre julho e setembro de 2023 identificou 6.801 conteúdos impactando 23,3 milhões de usuários com desinformações. Exemplos dessas informações falsas são que as vacinas contra covid19 são experimentos e não têm comprovação científica; ou que causam doenças como câncer, Aids e diabetes; ou, ainda, que trazem mudança no código genético do indivíduo.

A estratégia do programa tem cinco pilares: comunicação estratégica e íntegra; capacitação e treinamento dos profissionais de saúde; cooperação institucional, incluindo a academia, para ampliar ferramentas de difusão de informações; acompanhamento, análise e pesquisa; e responsabilização de quem propaga notícias falsas.

Texto: Sueli de Freitas