O governo do presidente Jair Bolsonaro antecipou em 15 dias o aumento de até 4,88% nos preços de 19 mil medicamentos comercializados nas farmácias de todo o Brasil. O aumento nos valores dos remédios contemplou os fabricantes com duas semanas antes do prazo estabelecido no reajuste anterior, de 5,21%, concedidos em junho do ano anterior.
O aumento é dado pelo governo à indústria farmacêutica através da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), um colegiado vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A decisão de contemplar as empresas com o novo aumento já está confirmada através de publicação no Diário Oficial da União e já pode ser majorado pelas farmacêuticas.
Antecipação do aumento
O aumento somente poderia ocorrer no dia 31 deste mês e a portaria do governo Bolsonaro não esclareceu o que motivou beneficiar a indústria farmacêutica com a antecedência. O beneficio contraria a um acordo firmado pelo presidente Bolsonaro no ano passado, quando ele próprio veio a público para dizer que tinha firmado uma negociação com fabricantes para que os reajustes de todos os remédios fossem adiados por 60 dias.
Na ocasião, Bolsonaro disse que o acordo seria por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O novo reajuste contraria a atual situação econômica do Brasil, onde o IBGE divulgou ainda na semana passada que o número de desemprego atingiu recorde nacionalmente. Os maiores prejudicados são os idosos e as pessoas que necessitam de tomar medicamentos rotineiramente todos os dias.