Neste último domingo (5), a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal do Brasil, em operação conjunta realizaram uma ação de varredura no navio Grande Amburgo, atracado no Porto de Vitória (ES). O objetivo da inspeção foi confirmar informações de que a embarcação seria usada para transportar drogas e entorpecentes que partiriam do Brasil para a Europa. E foi constatado que o navio tinha no seu interior 1.594 quilos do cocaína. Segundo a PF, a droga seria levada para a Alemanha.
Participaram da operação mais de 50 homens e mulheres dos dois órgãos, que contam com o apoio de 14 cães farejadores dos grupamentos K9 das duas instituições, além de duas embarcações da PF e da RFB que patrulham o porto. A ação foi fruto de um monitoramento da embarcação realizado pela Polícia Federal em cooperação policial com outros países, que culminou com apreensões anteriores nos portos de Santos, Tenerife e Hamburgo.

Cocaína em fardos
Durante a inspeção as autoridades localizaram dentro do navio 52 fardos de cocaína que estavam prontos para serem arremessados ao mar no porto de destino, que ainda não foi identificado pelos investigadores. Ao todo 1.594 kg de cocaína foram encontrados e apreendidos.
Dentre as diligências realizadas foram colhidas amostras de material genético nos locais onde os fardos estavam acondicionados para futura comparação com material dos suspeitos.Também foram recolhidas amostras das impressões digitais dos tripulantes para confronto com impressões digitais reveladas nas embalagens dos fardos apreendidos.
Os 52 fardos de cocaína estavam escondidos em dois pontos diferentes do navio, acondicionados de forma a ser atirado ao mar assim que o navio se aproximasse de seu destino final, ainda não informado pela corporação. De acordo com a VPorts, o navio está “arribado”, ou seja, forçado a permanecer no porto até ser liberado pela PF, que instaurou inquérito para apurar o caso.
A PF também ainda não sabe em que momento a droga foi levada a bordo, mas suspeita de que ela foi içada, com a ajuda de pessoal de dentro do navio. “O modelo dos pacotes de droga indica que eles foram içados de fora para dentro do navio. A suspeita, portanto, é que houve sim participação de algum tripulante para colocar e esconder esta droga”, afirmou o superintendente da PF no Espírito Santo, Eugenio Ricas.
Ninguém foi preso
Equipes de cães farejadores fizeram uma varredura dos 13 andares da embarcação, e drones subaquáticos examinaram as caixas-mar localizadas no casco do navio. Os tripulantes prestaram depoimento e a droga apreendida foi encaminhada sob forte esquema de segurança para pesagem e apreensão na Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo.
Segundo a PF, ninguém foi preso. Em nota à imprensa, a Polícia Federal destacou que a agência do navio e os operadores do Porto estiveram presentes e cooperaram com as investigações. Na nota, a PF ainda destacou que o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugenio Coutinho Ricas participou pessoalmente da operação de combate ao tráfego internacional de drogas.

Oficialmente, o navio trouxe 886 automóveis importados ao ES
De acordo com a empresa privada que explora os serviços portuários da antiga Codesa, a VPorts,o navio Grande Amburgo atracou no Porto de Vitória às 14h10 deste último domingo (5) e desatraca às 11 horas desta segunda-feira (6). Oficialmente, diante da VPorts, a agência Lachmann Agência Maritima Ltda e a operadora Poseidon Operadora Portuária Ltda declararam que a embarcação iria desembarcar cinco contêineres, 886 automóveis importados e 623 toneladas de máquinas e equipamentos industriais.
Segundo o portal marítimo Marinhe Traffic, o navio Grande Amnburgo, registrado na Organização Marítima Internacional, a International Maritime Organization (IMO) com o número 9246607, é uma embarcação de transporte Ro-Ro/Container que foi construída em 2003 e está navegando sob a bandeira da Itália. Sua capacidade de carga é de 56.738 toneladas brutas e seu calado atual é de 9,2 metros. Seu comprimento total (LOA) é de 214 metros e sua largura é de 32,25 metros.
O armador, proprietário do navio, é a empresa Grimaldi Lines, cujo grupo empresarial é de propriedade integral da família Grimaldi, que foi fundado em 1947 e é uma empresa multinacional de logística integrada, especializada no transporte marítimo de automóveis, material rodante, contêineres e passageiros. “Há mais de sessenta anos o Grupo Grimaldi é uma empresa muito importante a nível internacional para o transporte marítimo de mercadorias e passageiros, pioneira das Auto-Estradas do mar”, diz o armador em seu portal oficial na internet.