Com o Governo Federal voltando atrás da polêmica restrição de voos que havia adotado no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), os capixabas comemoraram. Diante da restrição, o passageiro que estivesse saindo ou voltando para o Espírito Santo teria que ir para o distante Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, gerando transtornos, maior despesa com locomoção e risco de morte ao ser obrigado a passar por região controlada por traficantes.
A decisão de restringir o uso do Santos Dumont apenas para voos provenientes e destinados a cidades com raio de 400 quilômetros foi do ministro Sílvio Serafim Costa Filho, um deputado federal eleito pelo partido Republicanos pelo Estado de Pernambuco e que se encontra licenciado das atividades parlamentares. O ministro alegou que atendia a solicitação do governador do Rio, Cláudio Bomfim de Castro e Silva (PL) e do prefeito da cidade do Rio, Eduardo da Costa Paes (eleito pelo antigo DEM e atualmente no PSD).
A intenção dos dois políticos em cargo executivo do Rio era melhorar a lucratividade do consórcio RIOGaleão, controlado pela empresa estrangeira de Cingapura denominada de Changi. Os investidores de Cingapura , que arremataram o leilão do Galeão em 2014 reclama que se frustrou em ter um alto lucro na operacionalização portuária, tendo inclusive desistido de administrar o terminal, mas depois acabou voltando atrás. Eles estavam de olho na movimentação do Santos Dumont, um dos aeroportos mais movimentados do Brasil.
Pedido do governador e do prefeito
Tanto Cláudio Castro quanto Eduardo Paes fizeram o lobby para a Changi, no sentido de o Governo Federal impor restrições severas na utilização do terminal e com isso favorecer ao aumento dos lucros da Changi. Para isso os dois convenceram ao político do Republicanos que ocupa o cargo de ministro. Sílvio Costa Filho convenceu Lula, que acatou a restrição no Santos Dumont, uma medida condenada por especialistas e até pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Diante do equivoco, o Governo Federal voltou atrás.
Com isso, o próprio Serafim assinou a Resolução Conag – MPOR Nº 2, de 8 de novembro de 2023, onde diz que revogou a equivocada Resolução CONAC/MPOR nº 001, de 10 de agosto de 2023. Assim, o Santos Dumont volta a operar normalmente. Para não desagradar por completo a empresa estrangeira que controla o Galeão, o ministro do Republicanos disse que “ continuará mantendo restrições às operações do aeroporto, como o limite de passageiros a 6,5 milhões por ano.”