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De cada 10 estudantes brasileiros, 7 não sabem o básico de matemática, diz pesquisa


O levantamento, feito pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada nesta semana, mas se refere aos dados do Brasil sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

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De cada 10 estudantes brasileiros, 7 não sabem o básico de matemática, diz pesquisa | Foto: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

No ranking mundial, os estudantes brasileiros disputam os últimos lugares. De acordo com a pesquisa, 73% dos estudantes brasileiros com idade até 15 anos, estão abaixo do nível dos conhecimentos matemáticos rudimentares. “Em 2022, 19% dos estudantes no Brasil relataram que não estavam satisfeitos com suas vidas: classificaram sua satisfação com a vida entre 0 e 4 em uma escala que varia de 0 a 10”, diz trecho da análise do documento.

No Brasil, 74% dos estudantes relataram que, na maioria das aulas de matemática, o professor mostra interesse na aprendizagem de cada aluno (média da OCDE: 63%) e 72% que o professor dá ajuda extra quando os alunos precisam (média da OCDE: 70%). Em 2012, no Governo Dilma Rousseff, as ações correspondentes eram de 84% e 73%.

Famílias ricas e pobres

O montante de dinheiro da conta bancária dos pais dos alunos surgiu na pesquisa como um fator de impedimento , para ter mais facilidade no aprendizado de matemática, ou de vantagem sobre os mais pobres. Entre os estudantes brasileiros, os mais ricos conseguiram 77 pontos a mais do que os mais pobres. Mas, o mesmo não ocorreu em outros países. Essa desigualdade foi menor com relação à média de 37 países da OCDE, que tem 93 pontos.

O ranking é liderado por Singapura, onde 41% dos alunos conseguiram chegar nesse indicador. Depois dele vem Macau, Japão e Coreia. O Brasil aparece lá atrás, em 64° lugar.

Os resultados de matemática em 2022 tenderam a diminuir menos, em média, nos sistemas de ensino, onde mais alunos relataram que os professores dão ajuda extra quando os alunos precisam, em comparação com dez anos antes, informa a pesquisa.

De acordo com a análise da  pesquisa, os autores dizem que no Brasil, 20% dos estudantes frequentavam uma escola onde os diretores tinham a principal responsabilidade pela contratação de professores (média da OCDE: 60%) e 71% estavam matriculados numa escola onde os professores tinham a principal responsabilidade pela escolha dos materiais de aprendizagem utilizados (média da OCDE: 76%). Muitos sistemas escolares de alto desempenho tendem a confiar estas responsabilidades aos diretores e aos professores.

Clima disciplinar não favorável

Muitos estudam matemática em um clima disciplinar que não é favorável à aprendizagem: em 2022, cerca de 32% dos estudantes no Brasil relataram que não conseguem trabalhar bem na maioria ou em todas as aulas (média da OCDE: 23%); 38% dos alunos não ouvem o que o professor diz (média da OCDE: 30%); 45% dos alunos se distraem usando dispositivos digitais (Média da OCDE: 30%); e 40% se distraem com outros alunos que usam dispositivos digitais (Média da OCDE: 25%).

Em média, nos países da OCDE, os estudantes eram menos propensos a se distrair usando dispositivos digitais quando o uso de telefones celulares nas instalações da escola é proibido.No Brasil, 19% dos estudantes referiram não se sentir seguros a caminho da escola (média da OCDE: 8%); 10% dos estudantes referiram não se sentir seguros nas suas salas de aula na escola (média da OCDE: 7%); 13% dos estudantes referiram não se sentir seguros noutros locais da escola (por exemplo, corredor, refeitório, casa de banho) (média da OCDE: 10%).

Cerca de 22% das meninas e 26% dos meninos referiram ter sido vítimas de atos de bullying pelo menos algumas vezes por mês (média da OCDE: 20% das raparigas e 21% dos rapazes). Em média, nos países da OCDE, menos estudantes foram expostos ao bullying em 2022 em comparação com 2018: por exemplo, apenas 7% dos estudantes relataram que outros estudantes espalharam rumores desagradáveis sobre eles em 2022, em comparação com 11% em 2018. Também no Brasil, as proporções correspondentes diminuíram (9% em 2022 em comparação com 14% em 2018).

Diferenças de género no desempenho

Os meninos superam as meninas em matemática em 8 pontos; as meninas superam os meninos em leitura em 17 pontos no Brasil. Globalmente, em matemática, os rapazes superam as moças em 40 países e economias, as meninas superam os rapazes em 17 outros países ou economias, e nenhuma diferença significativa para os pais 24 restaurantes. Na leitura, como meninas, na mídia, uma média de meninos em todos os países e economias que participam do PISA 2022.

Já no Brasil, uma parcela de desempenho inferior é menor entre os meninos (71%) do que as meninas (76%) em Matemática; na leitura, no entanto, uma parcela é menor do que as meninas (47% das meninas e 54% dos meninos na pontuação abaixo da Nova). Quando se trata de pesquisados com maior nível educacional, uma percentagem é semelhante entre os rapazes (2%) e entre as raparigas (2%) na leitura.

Pandemia do Covid

As perguntas sobre a experiência dos alunos durante o fechamento das escolas., durante a pandemia do Covid, foram incluídas no final do questionário dos alunos. Como apenas 63% dos estudantes no Brasil chegaram a esta última seção, os pesquisadores recomendam cautela na interpretação dos resultados em “aprendizagem durante o fechamento de escolas relacionadas à Covid.

No Brasil, 74% dos estudantes informaram que o prédio da escola estava fechado há mais de três meses devido à Covid-19. Em média, nos países da OCDE, 51% dos estudantes registaram fechamentos escolares igualmente longos. Nos sistemas de ensino em que o desempenho permaneceu elevado e o sentido de pertença dos estudantes melhorou, menos estudantes registaram encerramentos escolares mais longos.

Pesquisa

A pesquisa PISA deveria ter sido realizada originalmente em 2021, mas foi adiado em um ano por causa da pandemia do Covid-19. Como circunstâncias excecionais ao longo do destino, incluindo bloqueios e fechamento de escolas, houve dificuldades ocasionais na coleta de alguns dados. No Brasil, todos os pais atenderam aos direitos de qualidade estabelecidos pelos critérios da Pisa e foram considerados adequados para prestar informações.

O Pisa mede o desempenho dos alunos de 15 anos não apenas em matemática, mas também em leitura e ciência. No entanto, nessa edição o foco principal foram as habilidades em matemática. Veja o ranking dos melhores.

01 – Singapura

02 – Macau (China)

03 – Taipé Chinesa

04 – Hong Kong

05 – Japão

06 – Coreia do Sul

07 – Estônia

08 – Suíça

09 – Canadá

10 – Países Baixos

64 – Brasil