A equipe da Delegacia de Polícia (DP) de Piúma foi até o local após um pedido do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Atendendo ao pedido do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), uma equipe de policiais civis da Delegacia de Polícia (DP) de Piúma, se deslocou nessa semana ao Espaço Terapêutico Serena, localizado na Rua Valdoberto Layber, 202, Loteamento Acaiaca, em Piúma (ES). Foi a segunda vez que os proprietários e uma enfermeira são levados presos pela acusação do mesmo crime: cárcere privado.
Dessa vez, a equipe policial teve como objetivo a verificação do número de internos presentes, bem como obter informações sobre as datas de acolhimento, uma vez que, conforme informações do MPES, a instituição foi intimada a se abster de receber novos internos. Os acusados foram postos em liberdade em abril do último ano, após a realização da audiência de custódia. Naquela ocasião foi determinado pela Justiça que não podiam receber, a partir daquela data, novos pacientes.
Mas, a ordem judicial não estava sendo cumprida, segundo relato dos policiais. Ao adentrarem no local, vários internos prontamente informaram estarem na clínica contra a vontade. Além disso, alguns deles relataram terem entrado após a data imposta pelo MPES. Todos os internos que declararam estar em cárcere privado foram levados à delegacia para prestar depoimento. Os responsáveis pelo local também foram encaminhados à delegacia.
Duas mulheres, de 25 e 32 anos, e um homem, de 53 anos, foram autuados em flagrante por cárcere privado (6x) e desobediência de ordem judicial, sendo encaminhados ao sistema prisional. Os prontuários com informações dos internos foram apreendidos e, após os procedimentos legais, os internos ficaram sob a responsabilidade da assistência social do município de Piúma.
As investigações seguem em andamento para apurar supostos crimes de tráfico de drogas e estupro. Demais informações devem ser solicitadas ao Ministério Público (MPES). “A gente determinou que se encaminhasse os internos que estavam manifestando interesse de ir embora para a delegacia e lá eles informaram que estavam sendo dopados contra a vontade, inclusive dois deles denunciaram que presenciaram uma cena de estupro por parte de um dos monitores”, disse à imprensa o delegado que acompanhou a operação policial.
Clínica
Segundo a Receita Federal do Brasil, o Espaço Terapêutico Serena, com o CNPJ 44.572.158/0001-01 e fundado em 13 de dezembro de 2021, com capital social atual de R$ 50.000,00, está regular junto a esse órgão federal. De acordo com o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, a matriz está localizada na a Rua Valdoberto Layber, 202 ,Loteamento Acaiaca, Piúma (ES), local onde a equipe da Polícia Civil este nesta última quarta-feira (24), mas cuja ação policial somente foi divulgada nesta quinta-feira (25).
Apesar de os policiais afirmarem que levaram no camburão os proprietários, na Receita Federal consta que somente o nome de Carlos Roberto Coelho, como sendo o sócio-administrador. A clínica fez a opção pelo Simples em 13 de dezembro de 2021. A empresa tem como atividade principal, classificada pela Receita com o código “87.20-4-01 – Atividades de centros de assistência psicossocial” e como secundárias: 87.30-1-99 – Atividades de assistência social prestadas em residências coletivas e particulares não especificadas anteriormente; 87.20-4-99 – Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química e grupos similares.