A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou em coletiva de imprensa realizada nesta semana, as projeções do mercado imobiliário em 2024
De acordo com a CBIC, a projeção para o mercado imobiliário em 2024 é de crescimento em torno de 5% a 10% no Minha Casa, Minha Vida; e de até 5% para os demais mercados, em lançamentos e vendas. A continuidade da queda dos juros, inflação em patamares baixos, maior solidez da política econômica e o andamento do programa MCMV colabora para a estimativa da entidade.
Novos lançamentos no ES
Para o presidente da Ademi-ES Eduardo Fontes, 2024 será um ano melhor que em 2023 para o Estado do Espírito Santo. “A tendência de juros menores e uma menor quantidade de unidades em estoque fará que tenhamos um apetite maior por lançamentos e consequentemente vendas. É provável que tenhamos um ano com maior número de lançamentos frente ao registrado em 2023”, analisa o presidente.
Ainda de acordo com a CBIC, o último trimestre de 2023 demonstrou maior valorização patrimonial. O índice do preço dos imóveis registrou valorização de 2,9%. Já as vendas registraram variações menores no quarto trimestre de 2023, com queda de 3,2% em comparação com o trimestre anterior, e alta de 1,7% considerando o mesmo período de 2022. Segundo a CBIC, o mercado segue forte e aderente, ou seja, há demanda para imóveis lançados.
Um dado que chamou a atenção dos especialistas da CBIC é o crescimento do mercado de alto padrão. É o quarto ano consecutivo que ocorre o crescimento da alta renda, registrando 15%. O presidente da Ademi-ES, analisa esse cenário no Espírito Santo que corrobora com o cenário nacional. “Vimos recentemente isso com lançamentos de alto padrão nos principais bairros de Vitória e Vila Velha no decorrer dos anos de 2022 e 2023. Acredito que a tendência talvez deva se manter, porém sem grandes crescimentos nesse sentido, uma vez que já não há muitos terrenos disponíveis e bem localizados para se empreender neste alto padrão”.
Mecanização nas obras
Em relação ao mercado de trabalho, foi apontado pela CBIC um panorama de envelhecimento da mão de obra do setor. E os jovens não se sentem motivados e atraídos a trabalhar nas obras. Para solucionar esse ponto, segundo os especialistas é necessário aumentar a mecanização e digitalização do setor e melhorar o ambiente de trabalho.
Para Eduardo Fontes este é o maior desafio. “De uma forma geral atinge outros segmentos que não só a construção civil. É preciso que haja uma evolução nas condições de trabalho, aplicando mais tecnologia, buscando conhecimento, educação e produtividade. Estes pilares precisam andar juntos, caso contrário devemos ter dificuldade para que o país mantenha um crescimento do seu mercado imobiliário”, acrescenta.