O acesso dos estudantes, funcionários e professores da Ufes ao Restaurante Universitário, que está funcionando, está garantido
Os servidores técnico-administrativos e os professores da Ufes e os docentes e técnicos administrativos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), além dos servidores dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet’s) entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (15). A greve é nacional e o que está sendo reivindicado é restauração do orçamento, ampliação dos programas de assistência estudantil, revogação do novo ensino médio e melhoria das condições de trabalho.
Na Ufes, ocorreu às 8 horas um ato político no portão norte do campus de Goiabeiras, em Vitória. Às 10 horas houve uma reunião com o reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, no prédio da Administração Central da Universidade, quando foram debatidos temas relacionados ao movimento e a defesa da suspensão do calendário acadêmico, evitando que estudantes tenham fragmentação das suas disciplinas em andamento.
A Associação dos Professores da Ufes (Adufes), informa que no decorrer desta segunda-feira haverá atividades de mobilização durante todo o dia, em diversos locais. Estão incluídos aulões públicos abertos, panfletagem, atividades culturais, entre outras. Às 18 horas, novamente no portão norte, será realizada uma plenária, onde será feito um balanço do primeiro dia de greve.
“A Adufes está recebendo informações de que a Ufes tem enviado e-mails às/aos docentes para que informem se estão em greve ou não. Diante disso, o sindicato reforça que: greve é exercício de direito. Portanto, não há obrigatoriedade de aviso individual por parte das/os docentes, porque o aviso ocorre através da comunicação do sindicato da categoria à Reitoria, o que já foi realizado dia 10 de abril. Exercício do direito de greve não caracteriza falta ao trabalho, pois o contrato de trabalho fica suspenso”, diz a Adufes em nota.
Críticas ao Governo
Em outra nota, a Adufes faz críticas ao Governo: “Enquanto, de um lado, Lula usava a imprensa comercial para defender o direito de greve, por outro, entre as quatro paredes da reunião da MNNP (Mesa Nacional de Negociação Permanente), o tom do acordo proposto foi antissindical: ou servidoras/es param as greves ou as negociações serão interrompidas”, c riticou a entidade.
A presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, esteve em Brasília participando da reunião do Setor das Federais do Andes-SN “quando todas/os foram informados sobre o recuo do Governo”, diz a entidade em nota. “Estávamos finalizando a reunião com a organização de calendário e encaminhamento dos primeiros passos da greve quando soubemos que o Governo chamou as categorias para a mesa de negociação para anunciar um recuo e piorar a proposta que já era insuficiente. É um convite à greve”, disse Ana Galvão.
Ana acrescenta que não é possível dar mais tempo para um possível avanço na negociação. “Quanto mais esperamos, mais somos enrolados e fragmentados. Especialmente por terem retirado a discussão da recomposição da discussão salarial para colocar na mesa sobre a carreira. Querem nos fragmentar e tratar no varejo com cada uma das categorias. Com isso, não há discussão de recomposição para o conjunto de servidoras/es. É extremamente frustrante, um escárnio. É preciso lembrar que se fizermos a somatória das categorias na educação, somos uma parcela significativa do serviço público que precisa ser ouvida”, defendeu.
O que diz a Adufes
Através de sua conta no Instagram a Adufes dá as seguintes justificativas para a greve:
“A morosidade do governo Lula (PT) em avançar nas negociações com servidoras e servidores federais não deixa outra alternativa, além de fortalecer a mobilização rumo à greve. Foi neste sentido que o 42º Congresso do ANDES-SN aprovou a construção da greve nas Instituições Federais de Ensino (IFE) e do setor da Educação, no primeiro semestre de 2024, rumo à greve unificada do funcionalismo público federal.”
E prossegue: “A rodada de assembleias para discussão e deliberação sobre a greve pelas seções sindicais acontece de 11 a 21 de março. A avaliação do resultado das assembleias será realizada pelo Setor das Ifes no dia 22 de março, em Brasília (DF).Arraste para o lado para saber mais sobre as razões para construir a greve.”
O que diz a Ufes
Leia a íntegra da nota divulgada pela Ufes:
“A Administração Central da Ufes informa que, devido à greve dos professores, deflagrada nesta segunda-feira, 15, os portões de acesso ao campus de Goiabeiras foram bloqueados pelo movimento paredista, estando impedido o acesso para veículos e pedestres. Em virtude disso, todas as atividades presenciais do campus de Goiabeiras estão suspensas nesta segunda-feira. As atividades do campus de Maruípe também serão suspensas, no turno vespertino.
A Administração Central da Ufes informa ainda que, em reunião realizada na semana passada com a diretoria da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), na qual também se conversou sobre a paralisação, em nenhum momento a gestão da Universidade foi comunicada sobre esta ação, que prejudica não só a circulação dentro do campus, mas também impede, por exemplo, o funcionamento do Restaurante Universitário, em Goiabeiras, o fornecimento de refeições para o campus de Maruípe, a abertura do Colégio de Aplicação (CAP) Criarte e da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Experimental de Vitória, e demais serviços, como agências bancárias, cantinas etc.
Para a manhã desta segunda-feira estava agendada uma nova reunião com representantes da Adufes, que aconteceria na sala de reuniões da Reitoria. Entretanto, diante desta ação do comando de greve, a reunião está suspensa.
À comunidade universitária e à comunidade em geral, a Administração Central da Ufes afirma que reconhece a legitimidade do movimento e das pautas apresentadas pela categoria em nível nacional, mas atuará para que, durante a paralisação, o processo seja conduzido de forma a minimizar ao máximo os impactos para nossos estudantes, técnicos, docentes e para a sociedade.
A Administração Central da Ufes reafirma que dará sequência ao diálogo com o comando local de greve e manterá a comunidade universitária informada.
Até o momento, os acessos aos campi de Alegre, Maruípe e São Mateus estão liberados.”