Secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ celebra conquista que reconhece trajetória inspiradora de vida e luta da ativista
O título concedido à Keila Simpson é atribuído a pessoas notáveis – nacionais ou estrangeiras – que tenham se destacado, singularmente, por sua contribuição à cultura, à educação ou à humanidade. A cerimônia de concessão aconteceu nesta última semana, na Capela Ecumênica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), no Rio de Janeiro, com a presença da representante do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Symmy Larrat.
A secretária da pasta, salientou que a jornada de Keila Simpson sustenta um conhecimento empírico, que por si só justifica títulos diversos e diplomas por reconhecimento da sapiência que ela acumula. “Keila é mais que um repositório humano de conhecimentos.é professora de uma centena de outras pessoas trans e cisgêneros que vieram depois desta ancestralidade. Reconhecer, em vida, tudo isso, é necessário e muito mais que simbólico, sobretudo nos dias de hoje”, frisou a gestora de direitos LGBTQIA+.
Ativista do movimento desde 1990, Keila Simpson fundou a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e, atualmente, é presidenta da organização. Além disso, foi pioneira no trabalho de prevenção ao HIV/AIDS no país.
Ela já foi vice-presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). Em 2013, recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, da então presidenta Dilma Rousseff. É uma das lideranças trans mais importantes do Brasil e espalha atividades e projetos de proteção aos direitos das pessoas trans através de 127 instituições pelo país.
Honraria
Em fevereiro de 2022, o Conselho Universitário da UERJ aprovou, por unanimidade, a titulação de Keila. Por questões burocráticas, só este ano a honraria pode ser entregue. Honoris Causa é uma expressão em latim e significa “por causa de honra”.
Batalha por visibilidade
Keila Simpson nasceu em Pedreiras, no interior do Maranhão e, atualmente, vive em Salvador (BA). Na capital baiana, sua militância ganhou corpo, ao fundar a Associação de Travestis de Salvador, em 1995, no auge da pandemia do HIV e da Aids. Mais tarde, a ativista construiu, junto a outras irmandades travestis, a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), na qual, hoje em dia, ela é presidenta.
Em 2004, por causa de sua atuação política, Keila conseguiu tornar possível as comemorações do Dia da Visibilidade Trans, pois ela foi uma das figuras memoráveis, ao lado de Fernanda Benvenutty, Jovana Cardoso e Kátia Tapety, a lançar, no Congresso Nacional, a campanha “Travesti e Respeito”, ato que deu origem ao dia 29 de janeiro, que é a data em que é celebrada o Dia Nacional da Visibilidade Trans.