A economia capixaba cresceu 3,6% no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes). O número foi maior do que registrado pelo país, que teve alta de 2,5% em seu PIB no mesmo período, segundo o IBGE. O resultado do Espírito Santo se deve, principalmente, ao bom desempenho do setor industrial no Estado (5,9%), que também superou o nacional (2,8%).
Os dados do IAE-Findes, calculado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), foram divulgados nesta quarta-feira (12/06), em coletiva de imprensa na sede da instituição, em Vitória.
Seguindo o desempenho do primeiro trimestre, o ano de 2024 deve ser positivo para a economia capixaba, com previsão de alta de 3,4%. Segundo as projeções do IAE-Findes, a indústria será a principal responsável por impulsionar o PIB local. O crescimento projetado para o setor, neste ano, é de 8,8%, seguido pelos setores da agropecuária (3,2%) e serviços e comércio (2,9%). Vale lembrar que o Espírito Santo é o segundo estado mais industrializado do Brasil, afirma a entidade.
Avaliação
Paulo Baraona, presidente em exercício da Findes, avalia os primeiros números do ano como positivos e aponta as oportunidades que devem surgir. “Estamos vendo a economia capixaba crescer acima da média nacional e a indústria desempenhando um papel fundamental para que o Estado alcançasse esse resultado.”
“Quando olhamos em um horizonte de cinco anos, ou seja, até 2028, temos registrados quase de R$ 82 bilhões em investimentos para o Estado, sendo sua grande maioria investimentos industriais. São novas indústrias chegando no Estado e unidades em expansão. Isso é fruto do bom ambiente de negócios do Espírito Santo que a Findes ajuda diariamente a construir para tornar as empresas locais cada dia mais competitivas”, conclui.
Economia capixaba deve crescer 3,4% neste ano
Segundo a economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório da Indústria, as perspectivas de crescimento da economia capixaba em 2024 apontam para um aumento de 3,4% do PIB no Espírito Santo, superior a projeção do mercado para o Brasil (+2,1%).
“As expectativas são otimistas devido à continuidade do crescimento da extração de petróleo e gás no Espírito Santo, além do retorno gradual das operações da Samarco. Na Vale, as perspectivas estão concentradas no avanço da produção das plantas de briquete de minério de ferro, sendo este um vetor importante para o crescimento da economia capixaba. Além disso, para 2024, espera-se um desempenho da indústria de transformação superior ao observado em 2023, com destaques para os segmentos de metalurgia, papel e celulose”, afirma a economista.
Marília pondera que é preciso acompanhar alguns cenários neste contexto. No âmbito nacional, a taxa de juros elevada, e no cenário internacional, os riscos de agravamento dos eventos climáticos e das tensões geopolíticas, além da postergação da redução das taxas de juros nas principais economias globais.
Setor de petróleo e gás é destaque no 1º trimestre de 2024
A indústria foi o principal setor a contribuir com o crescimento da economia capixaba nos três primeiros meses deste ano, com desempenho positivo em todas as quatro atividades que a compõem. De acordo com o IAE-Findes, a indústria extrativa se destacou com 10,5%, seguida pela energia e saneamento (10,2%), construção (3,2%) e indústria da transformação (1,2%).
O bom resultado da indústria extrativa se deve ao aumento na produção de minério de ferro (3,9%) e de petróleo e gás natural (17,1%). A chegada de novas empresas do setor no Estado vem contribuindo para o desempenho do segmento. O Polo de Golfinho, adquirido pela BW Energy e com produção iniciada há nove meses, é um exemplo. São produzidos de 10 a 11 mil barris por dia.
“A Federação tem feito um trabalho muito forte de fortalecimento do setor por meio do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia. Estamos trabalhando para o fortalecimento dessa cadeia dentro do Estado, para que nossas empresas capixabas consigam crescer junto com as companhias do setor”, declara o presidente em exercício da Findes, Paulo Baraona.
O empresário ressaltou, ainda, que esse é um segmento de grande relevância no Estado, tanto para o presente, quanto para o futuro, devido ao gás natural ser uma importante fonte de energia mais limpa para o país. É bom lembrar que estão previstos quase R$ 82 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos, divididos em 316 projetos.