Inicialmente, a unidade vai produzir tilápia e alface
Uma unidade experimental de aquaponia acaba de ser implantada na comunidade de pescadores de Lajinha, no município de Aracruz. A iniciativa é do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e visa a avaliar o potencial desse sistema de produção integrada de peixes e vegetais como alternativa de trabalho e geração de renda para os moradores da região.
Inicialmente, a unidade vai produzir tilápia e alface. O modelo aquapônico em estudo é de pequeno porte e de baixo custo. Com uma área de 140 metros quadrados, conta com um tanque de 7 mil litros e um espaço de cultivo de hortaliças protegido com sombrite.
Peixes alimentados com ração
Para o início do estudo, o tanque recebeu 500 alevinos na última semana. Na aquaponia, os peixes são alimentados com ração e liberam dejetos ricos em nutrientes, que são bombeados para onde estão as hortaliças. As raízes das plantas, cultivadas sem solo, se alimentam dos nutrientes e ainda purificam a água, que retorna para a parte onde os peixes são criados.
A unidade é a segunda a ser implantada por meio do projeto “Diversificação agropecuária através da aplicação de tecnologia de produção de peixes em aquaponia em comunidades tradicionais do Espírito Santo”.
A primeira está em funcionamento na aldeia indígena de Areal, também em Aracruz. A partir dela, a capacidade de produção anual do modelo foi estimada em 4 mil pés de alface e 266 quilos de tilápias.
Resultados satisfatórios
Responsável pelo projeto, o zootecnista do Incaper Rafael Azevedo avalia que o primeiro experimento apresenta resultados satisfatórios e mostrou os ajustes que precisam ser feitos para que o modelo em estudo seja aprimorado.
“A partir dessa primeira experiência, a unidade de Lajinha já foi desenhada para ser mais eficiente em termos de gasto energético e material”, conta Azevedo. De acordo com o zootecnista, a meta é aperfeiçoar ao máximo a tecnologia, para que ela possa ser uma opção viável e sustentável para as comunidades tradicionais diversificarem suas atividades. Mas a intenção também é recomendá-la a outros públicos.
“Esse é um modelo que atende desde agricultores familiares até grandes produtores. A unidade é modular, podendo ser expandida ou retraída para atender aos objetivos do público-alvo”, explica Rafael Azevedo.
Difusão do projeto
As unidades do projeto cumprem ainda o papel de difundir a aquaponia na região em que estão inseridas. A de Areal já tem sido usada para capacitações de públicos interessados em conhecer o funcionamento do sistema.
“Procuramos mostrar as vantagens desse sistema, como o fácil manejo e a redução de custos com recursos hídricos e fertilizantes, possibilitada pela recirculação de água e nutrientes”, ressalta o zootecnista.
O projeto é financiado pelo Banco de Projetos de Pesquisa (Fase II) da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). Ao final dos estudos, as unidades permanecerão nas comunidades contempladas.