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Onze anos após as manifestações pelo fim do pedágio, as cabines da Rodosol são retiradas

Onze anos após as manifestações pelo fim do pedágio, as cabines da Rodosol são retiradas | Vídeo: YouTube

O mesmo governador Renato Casagrande (PSB) que determinou, em 2013, uma repressão contra milhares de manifestantes que exigiam o fim do pedágio da Rodosol na Terceira Ponte e na Rodovia do Sol, é o mesmo que em 2024 anuncia a retirada e a demolição das cabines de cobrança do pedágio. Finalmente, onze anos depois o bordão “uma vida sem pedágio”, que os manifestantes gritavam em 2013 se torna realidade em 2024.

A garantia de que a Rodosol e seus pedágios é uma página triste da história do Espírito Santo é obtida com a definitiva retirada das cabines de pedágio. E segundo anúncio feito pelo Governo do Estado, isso se iniciou na manhã desta última segunda-feira (17), através do processo de remoção das cabines da antiga praça de pedágio da Terceira Ponte. Em seguida, o próprio Casagrande anuncia que o mesmo será feito, no decorrer desta semana nas cabines da Rodovia do Sol, entre Vitória e Guarapari.

“Vamos iniciar a semana com essa notícia maravilhosa. Para não restar qualquer dúvida sobre o fim da cobrança de pedágio. A retirada das cabines começará pela Terceira Ponte e daqui a alguns dias também serão removidas na Rodovia do Sol, em Guarapari. Esse é mais um passo desde que assumimos o contrato de gestão. Vamos seguir prestando todos os serviços necessários e sem cobrar nada a mais da população”, disse o governador.

O secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, reforçou que a remoção será realizada por trechos, minimizando impactos no trânsito .”A remoção das cabines faz parte de um projeto mais amplo de reorganização viária da área, conduzido pela Secretaria. Além das obras em Vitória, o mesmo serviço será realizado na antiga praça de pedágio na Rodovia do Sol”, completou.

O ex-governador Max Mauro (Na foto, no centro, passando a mão na cabeça) foi quem conseguiu os recursos necessários para concluir a 3ª Ponte e a inaugurou em 23 de agosto de 1989 | Foto: Reprodução/Redes sociais

Em 2013, durante o Governo Casagrande, a Polícia reprimiu a manifestação contra o pedágio com violência

Naquele ano, entre as várias manifestações exigindo o fim do pedágio da Rodosol, houve uma em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Lá estava presente no ato ex-governador Max Mauro, acompanhado de jornalistas. Ele foi o governador que conseguiu os recursos para concluir a obra da Terceira Ponte e foi quem a inaugurou no dia 23 de agosto de 1989.

Com ordens vinda do Palácio Anchieta, quando Renato Casagrande exercia o seu primeiro mandato de governador, o Batalhão de Missões Especiais (BME) cercou as ruas do entorno da Ales e iniciou uma sessão de terror, atirando bombas de gás de pimenta e tiros com balas de borracha. O cerco tinha o objetivo de encurralar os milhares de manifestantes que se aglomeravam em frente ao Legislativo estadual.

Cercado pelos policiais do BME e diante da fumaça das bombas de gás de pimenta, o ex-governador Max Mauro colocou um lenço sobre os olhos e conseguiu sair pela caçada do Shopping Vitória, que ainda não estava cercada pelo BME e se dirigiu ao seu automóvel que estava parado em frente à portaria da Capitania dos Portos. Na ocasião ele criticou com jornalistas a ação brutal de Casagrande. Naquele ato, mais de 100 mil pessoas atravessaram a pé a Terceira Ponte, vindos de Vila Velha.

A violência do BME provocou uma reação de mais violência por parte de uma minoria dos manifestantes, que em outro ato no Centro Histórico de Vitória, que terminou em frente ao Palácio Anchieta, e que acabaram atirando pedras contra as janelas do palácio. De dentro do edifício histórico o BME atirada a esmo e uma das capsulas das bombas de gás de pimenta acabou entrando na janela de um prédio residencial em frente, que de acordo com apuração feita na época pela TV Capixaba, acabou caindo dentro do quadro de um idoso acamado e que sofria de problemas respiratórios.