No Espírito Santo, o Ministério Público Estadual lançou a campanha “Onde tem afeto, tem família” para celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+ “, que reúne depoimentos corajosos mostrando que onde tem afeto, tem família
Nesta sexta-feira (28) é o Dia Internacional do Orgulho Gay, data comemorada universalmente e que lembra a rebelião no Bar Stonewall Inn, no bairro do Greenwich Village, em Nova York, quando os frequentadores do estabelecimento homoafetivo decidiram enfrentar a violência policial. Até então, esse era o único lugar seguro para o público LGBTQIA+. No ano seguinte, para celebrar a data, foi realizada uma marcha do orgulho gay, reunindo10 mil pessoas se reuniram para celebrar o aniversário da rebelião. Dali em diante, a data passou a ser celebrada mundialmente.
Como parte das comemorações deste Dia do Orgulho Gay, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) lançou a campanha “Onde tem afeto, tem família” para celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+ “. Em meio a tantos desafios e preconceitos vivenciados pelas pessoas LGBTQIA+, o acolhimento e o respeito da família têm papel fundamental para poderem viver a sua vida em plenitude, alcançando todas as suas potencialidades, cercadas de amor e respeito, como é direito de todo ser humano”, diz o MPES em nota enviada à imprensa.
A campanha deste ano do MPES está sendo implementada pela Comissão de Direito à Diversidade Sexual e à Identidade de Gênero (CDDS), para o mês do Orgulho LGBTQIA+, que traz o slogan “Onde tem afeto, tem família”. A campanha apresenta uma minissérie com quatro vídeos testemunhais, contendo histórias de vida de famílias LGBTQIA+. A websérie, que é uma celebração ao amor, retratará por meio das redes sociais do MPES, também, as dificuldades compartilhadas por esses núcleos, experiências do cotidiano e, principalmente, o afeto e a empatia, sendo a essência de toda família.
12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória
A 12ª parada LGBTQIA+ de Vitória (ES) vai ser realizada daqui a um mês, no dia 28 de julho, com concentração na Vila Rubim até o Sambão do Povo, local do evento, segundo a Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold). Neste ano o tema será a “População LGBTQIA+ na luta pela justiça ambiental.”
Segundo os organizadores, a Justiça ambiental visa “garantir que todas as pessoas, independentemente de sua identidade, tenham acesso igualitário a um meio ambiente saudável.” E completa: “Vamos mostrar que a luta por justiça e igualdade vai além de nós, é também pelo nosso planeta. Este é um ato de resistência, unindo nossas vozes em defesa da diversidade e do meio ambiente.”
Neste ano, a arte gráfica da 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória foi entregue à Auá Mendes, uma indígena do povo Mura. “É uma talentosa artista manauara do Amazonas. Formada em Tecnologia em Design Gráfico pela Faculdade Metropolitana de Manaus (FAMETRO), ela é uma designer gráfica, ilustradora, grafiteira, muralista e arte-educadora com um portfólio impressionante. Este ano ela foi a artista convidada para desenvolver a ilustração oficial da 12a. Parada LGBTQIA+ de Vitória”, informa a Gold.
A origem da data
O bar Stonewall Inn era o único bar gay em toda Nova York, controlado pela máfia da família Genovese que, para manter o negócio de família, pagava uma propina semanal aos policiais norte-americanos. O Stonewall Inn era um bar que não possuía licença para comercializar bebidas alcoólicas, não tinha condições sanitárias e nem saída de emergência, ou seja, se aproveitavam da perseguição judiciária às pessoas LGBT+ para lucrarem ao máximo sobre a vida dessa clientela segmentada.
Naquela época, a legislação homofóbica nova iorquina não permitia o uso de duas peças ou mais do “gênero oposto” e isso significava a criminalização e detenção de mulheres e homens trans e drag queens. Mesmo estando o pagamento da propina em dia, os policiais adentraram no bar no dia 28 de junho de 1969, à 1h20 da madrugada. A música foi desligada e as luzes foram acesas indicando a presença de policiais no local.
A polícia foi, então, colocando de um lado os que estavam com “roupas adequadas para seu gênero”, para conferir sua identidade, e do outro lado os que estavam com roupas femininas, para serem vistoriadas quanto ao seu sexo por policiais mulheres. No que seria uma batida de rotina de quatro policiais que invadiram o local, bastou que uma mulher lésbica gritasse no momento em que era presa: “Porque não fazemos alguma coisa?. Foi a faísca necessária para incendiar o bar e todo o bairro, gerando assim a revolta de Stonewall, comemorada em todo o mundo. As manifestações se repetiram por vários dias seguidos.
A Revolta de Stonewall marcou o nascimento posterior da Frente de Libertação Gay e o nascimento de um movimento contra a força repressiva policial, contra a repressão estatal e contra a igreja e a família patriarcal, além de combater a homofobia. A frente de Libertação Gay foi um grupo de homossexuais revolucionários, que lutavam pela plena libertação sexual para todas as pessoas.
A homofobia é enraizada no Brasil e faz com que o país seja classificado como sendo a Nação onde mais se mata LGBTQIA+, onde muitas vezes o emprego é negado, e com isso empurrando a maioria da população trans para a prostituição. O Brasil é o país que coloca os piores postos de trabalho para os gays assumidos.