A operação Black Friday ocorreu na manhã desta terça-feira (2). Segundo a PF, o grupo furtou 49 Geladeiras, 43 fogões, 8 cestas básicas, 153 itens de higiene pessoal, entre outros materiais que se destinavam à doação
A Polícia Federal (PF) deflagra na manhã desta terça-feira (2) a Operação Black Friday no Espírito Santo, onde cumpriu 5 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, além de outras medidas assecuratórias, como o sequestro de bens e o bloqueio de valores. Segundo a PF, o grupo investigado é suspeito de subtrair diversos donativos que estavam armazenados na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Cachoeiro de Itapemirim (ES).
Os objetivos eram destinados às vítimas de enchentes no sul do Espírito Santo. De acordo com a investigação, as subtrações teriam ocorrido nos dias 2, 8 e 16 de junho último, sendo o principal articulador um empregado terceirizado da Conab. A PF diz que esse funcionário terceirizado se valeu da facilidade proporcionada por sua função na empresa.
Furto de grande quantidade de bens domésticos
Ele se associou com outras três pessoas, retirou, sem autorização e de forma clandestina, 49 Geladeiras, 43 fogões, 8 cestas básicas, 153 itens de higiene pessoal, entre outros materiais que se destinavam à doação.
As medidas foram implementadas em decorrência de investigações iniciadas no último dia 20 de junho, no âmbito de um inquérito policial que tramita na Delegacia de Polícia Federal em Cachoeiro de Itapemirim, instaurado para apuração dos crimes de peculato e associação criminosa.
As doações eram armazenadas na Conab por meio de um contrato firmado entre a empresa pública federal e a Defesa Civil Estadual, que estão colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos e assegurar que os responsáveis sejam devidamente punidos, reiterando o compromisso com a transparência e a integridade na gestão dos recursos destinados à assistência humanitária.
Pena pode chegar a 15 anos de reclusão e multa
De acordo com a PF, caso condenados, os investigados poderão responder pelo crime de peculato e associação criminosa (art. 312, § 1º e art. 288, CP), cuja pena pode chegar a quinze anos de reclusão e multa.
A operação recebeu o nome “Black Friday” em referência ao famoso evento de compras que ocorre anualmente, caracterizado por grandes descontos e promoções, fazendo com que os consumidores saiam das lojas carregando diversas mercadorias. A escolha do nome para a operação faz uma analogia ao fato de que os investigados utilizaram veículos que saíam da Conab repletos de mercadorias subtraídas, carregando tudo o que conseguiam, deixando a conta para a sociedade pagar.