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Projeto leva informações sobre vacinação para alunos da rede pública

Projeto leva informações sobre vacinação para alunos da rede pública | Fotos: LabEpi/Ufes

Uma parceria entre a Ufes, escolas de Enfermagem, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e Unidades de Básicas de Saúde (UBS) está possibilitando que crianças da rede pública de Vitória recebam informações sobre a importância das principais vacinas do calendário vacinal. O projeto Zé Gotinha nas Escolas realiza ações de educação em saúde voltadas para alunos do quinto ao nono ano do ensino fundamental, levando conhecimento vacinal para o ambiente escolar por meio de dinâmicas lúdicas, que contam com a participação do famoso personagem Zé Gotinha.

Lançado em março deste ano, em meio ao Movimento Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, o Zé Gotinha nas Escolas foi desenvolvido pela Sesa com o objetivo de se tornar uma ação de retomada da valorização e da importância das vacinas para o controle de doenças imunopreveníveis (aquelas que podem ser prevenidas por meio da vacinação), como sarampo, caxumba, hepatite B e HPV. Além disso, o projeto visa frear o crescimento das notícias falsas e da desinformação em saúde acerca da vacinação.

Educação em saúde

O Zé Gotinha nas Escolas foi abarcado pelos projetos de extensão da Ufes Imunização: Vacinas Sim! e Vivências no Contexto da Atenção Primária à Saúde, passando a ser coordenado pelos professores do Departamento de Enfermagem Carolina Sales e Welington Lazarini. A ação já beneficiou cerca de 700 crianças de 10 a 14 anos, matriculadas em três escolas, e outras unidades já manifestaram interesse em recebê-la.

“Nós fazemos educação em saúde. Levamos informação sobre vacinas para escolas através da dinâmica da batata quente, na qual os alunos podem tirar dúvidas sobre vacinação. Mas não aplicamos vacinas”, ressalta Sales. As escolas participantes recebem um certificado de instituição parceira e a ideia é que a ação seja ampliada para as escolas estaduais.

As atividades são desenvolvidas por estudantes de Enfermagem da Ufes, que, sob a orientação de professores, propõem uma dinâmica na qual crianças e adolescentes são dispostos em uma roda de conversa e encorajados a apresentar suas dúvidas sobre vacinação. “O mérito dessa proposta consiste em não levar um modelo fechado a ser passivamente imposto, mas proporcionar um espaço dentro do próprio ambiente escolar, que rompa com a cadeia de desinformação que cresce em nossa sociedade”, explica Lazarini.

No último mês de junho, o Governo Federal sancionou a Lei 14.886/2024, que institui o Programa Nacional de Vacinação em Escolas Públicas, incluindo as escolas estaduais no calendário vacinal (até então, somente crianças e adolescentes matriculadas em instituições municipais recebiam as vacinas em ambiente escolar). Segundo Sales, a importância dessa legislação está no aumento da cobertura vacinal: “Além disso, a lei vem ao encontro do que já estamos fazendo, que é levar educação em saúde para as crianças e adolescentes em idade escolar”.

Imunização

Atualmente coordenado pela professora do Departamento de Ciências da Saúde Anne Caroline Vieira, o projeto de extensão Imunização: Vacinas Sim! realiza capacitações de profissionais e estudantes da área de saúde a fim de instrumentalizá-los para o trabalho de vacinação. Desde o início das atividades, em 2022, a ação já organizou quatro turmas (a quinta capacitação deve ter início no próximo mês), capacitando mais de 300 pessoas da capital e, segundo Vieira, em breve as atividades do projeto chegarão a São Mateus.

“O Imunização: Vacinas Sim! apresenta extrema importância, pois, além de levar informação para profissionais de saúde, permite a popularização da ciência por meio do subprojeto Zé Gotinha nas Escolas, promovendo educação em saúde para crianças e adolescentes”, avalia.

Todas estas atividades são coordenadas pelo Laboratório de Pesquisa em Epidemiologi (LabEpi/Ufes), programa guarda-chuva que reúne professores do Centro de Ciências da Saúde para compartilhar experiências acadêmicas a respeito do processo epidemiológico, além de conduzir protocolos e realizar orientações e consultorias.

Texto: Adriana Damasceno