A indústria capixaba cresceu 2,7% em junho deste ano na comparação com o mês de maio, sendo o quinto melhor desempenho entre as 15 localidades pesquisadas no Brasil pelo IBGE. O resultado é fruto do desempenho positivo dos segmentos de celulose e papel, metalurgia, petróleo e gás e produção de pelotas de minério.
Os dados fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (08), e foram compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
A pesquisa mostrou que, na comparação entre junho e maio deste ano, as indústrias extrativas (11,3%) e de transformação (4,9%) apresentaram os melhores resultados. No caso da segunda, os bons números ficaram por conta da fabricação de celulose e papel (4,2%) e da metalurgia (5,5%).
Recuperação
A gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, comenta que a indústria de transformação capixaba vem se recuperando. “Para esse segmento é esperada uma continuidade na sua recuperação, influenciada, principalmente, pela metalurgia. Ainda que o setor esteja vivendo desafios relacionados à concorrência global com os produtos chineses, conforme apontado pelo relatório geral da ArcelorMittal, a empresa espera uma melhora de demanda externa para o segundo semestre do ano, com a expectativa de recuperação de estoque na Europa”, explica.
A pesquisa do IBGE ainda mostrou que, no acumulado em 12 meses até junho, a produção da indústria capixaba foi a segunda que mais cresceu no país, com alta de 11,5%. Nessa comparação, a indústria extrativa acumulou alta de 16,9% e a indústria de transformação avançou 2,3%.
Entre as quatro atividades pesquisadas da indústria de transformação, apenas a fabricação de produtos de minerais não-metálicos registrou queda no período, de 2,4%, enquanto as demais apresentaram desempenho positivo: fabricação de celulose, papel e produtos de papel (10,3%), metalurgia (2,7%) e fabricação de produtos alimentícios (1,3%).
Indústria nacional
Depois de dois meses de quedas consecutivas, a produção industrial nacional, na comparação de junho com maio, a alta foi de 4,1%. O resultado foi impulsionado pela indústria extrativa (2,5%) e pela indústria de transformação (4,5%).
Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 16 apresentaram variações positivas no mês. As principais influências positivas foram as dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), produtos químicos (6,5%) e produtos alimentícios (2,7%).
Já do lado dos setores que recuaram no mês estão: equipamentos de transporte (-5,5%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,1%), impressão e reprodução de gravações (-9,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,7%).
Oportunidades na indústria
O presidente da Findes, Paulo Baraona, comenta que os bons resultados da indústria reforçam o trabalho que o setor vem fazendo de forma contínua para gerar mais negócios e oportunidades, ampliar a produtividade e atender às novas demandas do mercado.
Ele lembra ainda que, nesta semana, foram realizadas agendas importantes para o desenvolvimento da indústria capixaba. Entre elas, as inaugurações dos centros de excelência em Mobilidade e Energias Renováveis, do Senai; a assinatura, entre Findes, Petrobras e Governo do ES, do protocolo de intenções para captura e armazenamento de CO2 (CCUS); além da Mec Show, maior feira industrial do Espírito Santo.
“A indústria capixaba está em constante atualização, sempre buscando inovar, se tornar mais produtiva e sustentável. A assinatura do protocolo de CCUS, por exemplo, mostra o compromisso com a Agenda ESG (social, ambiental e governança). E eventos como a Mec Show destacam a capacidade das nossas indústrias de produzirem com qualidade e atenderem além do mercado capixaba”, aponta.
Baraona lembra também que, segundo a Bússola de Investimentos da Findes, o Espírito Santo deve receber R$ 86,2 bilhões em investimentos em mais de 260 projetos do setor produtivos até 2029. “Estamos atentos a essas oportunidades e as que a nova política industrial nacional, a NIB, vai trazer para o Estado.”