Segundo a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), já são 405 focos de queimadas no Estado entre janeiro e esta primeira quinzena de setembro. “O envolvimento de todos é crucial para superar esta crise ambiental e proteger as riquezas naturais do Espírito Santo”, diz a Amunes
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) está comunicando que nesta quinta-feira (12) reuniu o Gabinete Permanente de Crise (GPC) da Instituição, com o objetivo de coordenar medidas emergenciais em relação ao “aumento expressivo do número de queimadas em todo o Estado.” Na nota distribuída à imprensa, o órgão ainda cita que a outra razão para colocar o GPC de prontidão são os “inúmeros prejuízos causados pela crise hídrica.”
A decisão, assinada pelo procurador-Geral de Justiça do MPES, Francisco Martínez Berdeal, foi publicada na edição do Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público (Dimpes) desta mesma quinta-feira. O intuito é “coordenar as medidas emergenciais a serem adotadas em face dessa situação, em parceria com instituições estaduais e municipais.” Com as queimadas milhares de animais estão morrendo.
Foram designadas como Coordenadora do GPC a Dirigente do Centro de Apoio da Defesa do Meio Ambiente (CAOA), Promotora de Justiça Bruna Legora de Paula Fernandes, e, como Subcoordenadora, a Promotora de Justiça Nicia Regina Sampaio. De acordo com o MP, a reunião do GPC está alinhada ao Decreto n.º 1803-S, de 09 de setembro de 2024, do Governo do Estado do Espírito Santo, que declarou Situação de Emergência em todo o território estadual afetado por desastre classificado como incêndio florestal.
Incêndios criminosos ou não?
Uma das tarefas do GPC é apurar a origem da causa dos incêndios nas matas e florestas capixabas, para saber se são criminosos ou não. No Espírito Santo, proprietários rurais derrubam corriqueiramente a Mata Atlântica, para usar a terra para pasto ou para implantar projetos voltados para o agro turismo. Por isso, surgem informações não confirmadas nas redes sociais, que muitos desses incêndios são criminosos, para aproveitar a “oportunidade” de derrubar a mata.
De acordo com informativo divulgado pela Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), entre janeiro e setembro deste ano, o Espírito Santo já registrou 405 focos de queimadas, que segundo a entidade é “próximo à média anual histórica.” “No entanto, a maior preocupação está no crescimento das ocorrências no mês de setembro, último período do ciclo de estiagem, e na extensão dos danos nas áreas de preservação ambiental”, completa a Amunes em informe que está em seu portal oficial.
A Amunes lembra que as regiões de Montanhas e Norte do Espírito Santo foram as mais impactadas pelos incêndios, com destaque para Cachoeiro de Itapemirim e Colatina, que somam mais de 460 hectares queimados. “A Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) reforça a importância da articulação entre os governos locais e estadual para garantir a segurança da população e preservar as áreas afetadas. O envolvimento de todos é crucial para superar esta crise ambiental e proteger as riquezas naturais do Espírito Santo”, finaliza.