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Comissões da Ufes debatem profissionalização de estudantes com deficiência


Durante debate das comissões de inclusão e acessibilidade, o reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, disse que esses temas não podem ser apenas uma questão retórica e defendeu um planejamento nesse sentido


Comissões da Ufes debatem profissionalização de estudantes com deficiência | Foto: Thiago Sobrinho/Ufes

Mais do que o acesso ou a permanência de estudantes com algum tipo de deficiência (PcD), Transtorno do Espectro Autista (TEA), altas habilidades ou superdotação na Ufes, também é preciso trabalhar para que uma janela de oportunidades seja aberta assim que o discente encerre a sua trajetória acadêmica na Universidade. Esse foi um dos principais temas discutidos durante a 1ª Reunião Ordinária das Comissões Permanentes de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, realizada na sala multimídia Nazian Azevedo de Moraes, localizada na Biblioteca Central, no campus de Goiabeiras, no final do último mês.

Atualmente, de acordo com dados da Secretaria de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade (Siac), a Ufes conta com 464 estudantes com os perfis educacionais atendidos pela Secretaria. Por isso, segundo o reitor, os temas da acessibilidade e inclusão não podem ser apenas uma questão retórica.

“É muito fácil fazer o discurso de inclusão e de acessibilidade. Mas isso não será efetivado se nós não tivermos um planejamento, ações e algumas métricas para saber se aquilo que está sendo proposto, de fato, está sendo cumprido”, defendeu Eustáquio de Castro.

Ainda de acordo com Castro, é preciso que esses temas sejam transformados em políticas da Ufes. “Isso já está no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade. E isso já está também sendo implementado como uma política da Ufes, ou seja, não é uma política dessa gestão, ou do governante. Ela passa a ser uma política da Universidade”, complementou.

Profissionalização

Segundo a vice-reitora, temas relacionados à inclusão serão discutidos por toda a comunidade acadêmica. “Todos os dirigentes, gestores e diretores de centro vão, em muitos momentos, ser convocados a discutir com seus pares, dentro de seu Centro de Ensino”, adiantou Sonia Lopes.

Para ela, além de produzir conhecimento, a Universidade tem o desejo de construir ações que promovam e acolham esses estudantes na instituição. Uma das ações defendidas pela vice-reitora é pensar na inserção desse discente no mundo do trabalho. “Não é apenas uma questão do acesso e da permanência. Estamos comprometidos também em pensar a profissionalização desse estudante”, ressaltou Lopes.

Manuais de acessibilidade

Em sua fala no início do evento, a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, Cinthya Oliveira, enfatizou o tema da formação profissional e apontou para que as discussões sobre acessibilidade e inclusão sejam realizadas em todos os âmbitos da Universidade.

“O objetivo desse evento é também construir guias e manuais de acessibilidade para que a gente possa trabalhar no sentido de levar esse discurso, prática e experiências para além da Siac”, destacou ela.

A reunião contou com as presenças do reitor Eustáquio de Castro, da vice-reitora Sonia Lopes e da responsável pela Siac, Cinthya Oliveira. Também estiveram presentes representações docentes, discentes e corpo técnico-administrativo dos quatro campi da Universidade.

Durante o evento, os participantes foram apresentados à equipe da Siac e às propostas de ação da secretaria; compartilharam relatos entre membros das Comissões de Acessibilidade sobre os trabalhos que têm sido desenvolvidos; e aprovaram a reelaboração do documento que normatiza a composição dessas comissões.

Atualmente, a Universidade conta com sete Comissões de Acessibilidade formadas por membros do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes); Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) e Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS); Centro Tecnológico (CT); Centro de Educação Física (CEFD); Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE); Centro de Educação (CE); e Centro de Artes (CAr).

Trabalho pedagógico

De acordo com Cinthya Oliveira, para impulsionar a qualidade do trabalho pedagógico que tem sido realizado para atender as demandas dos alunos que são público-alvo da Siac, a Secretaria está realizando um estudo para entender a realidade desse estudante para garantir seu acesso, permanência, aprendizagem com qualidade e a assistência para conseguir um trabalho que seja compatível com sua formação.

“Além da Política de Inclusão e Acessibilidade da Ufes, estamos comprometidos com a entrega de um Manual de Acessibilidade, a organização de cursos e oficinas, realização de eventos e a expansão dos serviços prestados”, adiantou Oliveira. A Siac, afirmou ela, tem total apoio da reitoria na condução do trabalho que vem sendo proposto e conta com o auxílio sobretudo da vice-reitora, referência no campo da Educação Especial.

“Estamos fortemente comprometidas com a garantia do direito do aluno com deficiência ao ensino superior e muito otimistas quanto aos feitos que colheremos deste trabalho”, disse.

Texto: Thiago Sobrinho