Segundo estudo, 55 dos 78 municípios capixabas aboliram a democracia, para impor uma indicação política feita pelo executivo municipal.
Com o aumento de prefeitos com ideologia política de direita e até de extrema-direita no Espírito Santo, já se foi o tempo em que se praticava democracia nas escolas com eleição direta para a escolha do diretor. Segundo a atualização do Acompanhamento do Plano Estadual de Educação (PEE) 2015/2025, elaborado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e a Secretaria da Educação (Sedu) entre os 78 prefeitos do Estado, o mais democrático é o de Itaguaçu (ES), Uesley Roque Corteletti Thon (Republicanos).
Pelo menos, 73,33% dos diretores de escola de seu município são feitas democraticamente, através da votação pelos alunos. Esse é o maior índice do Espírito Santo. O curioso é que Uealey Corteletti Thon é de um partido conservador e ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que possui “ensino médio incompleto.” Mas, é em Itaguaçu onde se pratica democracia dentro das escolas.
Na Serra, a metade dos diretores são indicações políticas
Bem abaixo de Itaguaçu, vem em segundo lugar Aracruz, onde o índice de democracia nas escolas é de 53,33%. Os outros 46,67% são indicações políticas, alheio à vontade dos alunos. Daí em diante a democracia vai declinando, como em Marechal Floriano e Marilândia, onde a escolha por voto é a metade (50%), na Serra despenca para 27,23%; Ibitirama (16,67%); Colatina (15,65%); Domingos Martins (15,15%); Brejetuba (11,11%).
Em Cariacica, onde nas gestão anterior do PT era de 100%, agora apenas10,90% é da democracia através das escolhas, com o 89,10% sendo indicação política para ocupante de cargo comissionado. Em Vila Velha é pior ainda, com 7,30%; Santa Maria de Jetibá (8,7%); Fundão (7,14%); Piúma (6,25%); Linhares (6,17%); Marataízes (5,56%); Viana (4,65%); Cachoeiro de Itapemirim (2,88%) e Vitória onde praticamente não existe mais democracia nas escolas, com 0,83%.
Nos demais 55 municípios é a “ditadura” nas escolas, onde o diretor é indicado politicamente pelo prefeito e a escolha de quem seria o dirigente ideal, sob o ponto de vista da comunidade escolar, é apenas um sonho. Entre os municípios sem democracia nas escolas da Região Metropolitana de Vitória está Guarapari. O questionamento da comunidade escolar é que em muitos casos, o diretor é apenas algum apoiador político do prefeito, sem experiência para exercer a função.