O opositor Pablo Muribeca (Republicanos) foi derrotado com 39,48% dos votos válidos
Os eleitores da Serra (ES) disseram não ao candidato da extrema-direita Pablo Aurino Ramos Araújo, o Pablo Muribeca, do Republicanos e elegeram para prefeito o administrador de empresa Weverson Valcker Meireles (PDT). O pedetista, que concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo, se elegeu com 116.656 votos (60,52% dos votos válidos). Pablo Muribeca teve neste segundo turno 76.114 votos (39,48%).
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Serra tem A Serra tem 362.524 eleitores aptos a votar, sendo o maior colégio eleitoral do Espírito Santo. Neste segundo turno, compareceram 242.267 eleitores, sendo que o TSE computou 228.298 votos válidos e houve 7.434 nulos (3,07%) e 6.535 (2,70%)·em branco.
O novo prefeito eleito da Serra é jovem, tem 33 anos e declarou para o TSE ser solteiro. Ele é formado em Administração de Empresa e foi a primeira vez que concorreu a um cargo eletivo. Dentro do partido político, Weverson ocupou o cargo de presidente estadual do PDT Jovem, o que lhe deu projeção.
Com isso chegou a ser secretário de Estado do Turismo no atual Governo de Renato Casagrande, que saiu a pedido do prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), que o queria mais próximo. Ele saiu e abriu espáçop para o candidato derrotado a deputado federal `Philope Lemos (PDT), viesse a ser secretário estadual de Turismo. Weverson foi ser chefe de Gabinete de Vidigal.
Com problemas de saúde na família, Sergio Vidigal não quis concorrer à reeleição para prefeito e indicou Weverson para o seu lugar. No fundo, o grande vitorioso nesse segundo turno na Serra é o atual prefeito Sergio Vidigal, que conseguiu emplacar o seu indicado e tendo vencido logo no primeiro turno o seu maior rival, Audifax Charles Pimentel Barcelos (PP), que não conseguiu ir para o segundo turno.
Vice-prefeita conservadora e mais rica do que o prefeito eleito
Weverson tem como companheira de chapa, a vice-prefeita eleita, a delegada de Polícia Civil Gracimeri Vieira Soeiro de Castro Gaviorno (MDB), que está completando três incursões como candidata a cargo eletivo. A policial-vice-prefeita eleita havia se candidatado e foi derrotada em 2020 ao cargo de prefeita da Serra pelo ultraconservador Partido Social Cristão (PSC). Em 2022 a policial fez outra tentativa sem sucesso ao concorrei ao cargo de deputada estadual pelo partido conservador controlado pela Igreja do Reino Universal, o Republicanos.
Segundo o TSE, a vice eleita é mais rica do que o prefeito eleito da Serra. Gracimeri Gaviorno declarou ter bens no valor total de R$ 1.095.332,48, constituído por vários imóveis e dois carros de luxo, sendo um Corolla e um Pajero, além de um barco com reboque. Já Weverson disse ao TSE ter apenas dois bens no valor total de R$ 676.000,00, sendo um imóvel residencial (R$ 500 mil) e um único carro, o utilitário esportivo Chevrolet Tracker (R$ 176 mil).
Muribeca
O derrotado deste segundo turno na Serra, o atual deputado estadual Pablo Muribeca, tinha um discurso radical de extrema-direita e foi em cima dessa posição que criou problemas ao longo de sua trajetória política. Ele se elegeu vereador em 2020 e passou a atacar a atual gestão de Vidigal, chegando ao ponto da Prefeitura da Serra o acusar através de processos judiciais de invadir as unidades de saúde para fazer vídeos para as suas redes sociais.
Um outro problema judicial recente que Muribeca teve foi o fato de ser bolsonarista, mas estar filiado ao Republicanos. Ele tem várias fotos suas ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ao tentar usar essas fotos em,sua recente campanha eleitoral foi impedido pelo juiz eleitoral Gustavo Grillo Ferreira, da 53ª Zona Eleitoral da Serra, que atendeu a pedido judicial feito pelo candidato derrotado ao cargo de prefeito da Serra Igor Elson, que é do PL, o mesmo partido de Bolsonaro.
O vínculo de Muribeca com as alas radicais da extrema direita capixaba estava consolidado através da sua candidata a vice-prefeita a pastora da Igreja Evangélica do Evangelho Quadrangular, Magda Cristina Alves Almeida (Republicanos); A pastora foi uma indicação do também pastor da mesma Igreja Evangélica do Evangelho Quadrangular, Messias Donato, que detém atualmente um mandato de deputado federal e se consolidou por fazer acusações infundadas contra o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.