O evento ocorre nestas próximas quarta (6) e quinta-feira (7) no Anfiteatro 1 do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), no campus de Goiabeiras, em Vitória (ES)
Pesquisadores, profissionais, ativistas dos Direitos Humanos, líderes comunitários, estudantes e pessoas em situação de migração, refúgio ou deslocamento forçado são o público-alvo do 1º Congresso Internacional de Estudos Multidisciplinares em Migração e Refúgio (CIEMMR), que será realizado no Anfiteatro 1 do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), no campus de Goiabeiras, nesta quarta-feira (6) e quinta-feira, 7 de novembro.
O congresso visa promover um diálogo interdisciplinar e colaborativo sobre os desafios contemporâneos da questão migratória sob a perspectiva dos Direitos Humanos. A programação reunirá especialistas de diversas partes do Brasil e do mundo em palestras e minicursos presenciais, apresentações de trabalhos científicos on-line, debates, roda de conversa e apresentações culturais. Os pesquisadores interessados em enviar seus resumos para o congresso devem se inscrever até o dia 25 de outubro por meio deste link.
Em paralelo às atividades do CIEMMR, será realizado o 1º Festival Cultural Internacional de Migração e Refúgio, que trará diversas atrações ao longo dos dois dias do congresso. As pessoas interessadas em propor algum tipo de intervenção artística ou comercializar produtos devem se inscrever por meio deste formulário.
O congresso contará com mesas temáticas presenciais e on-line sobre temas como desafios no acesso aos direitos humanos por migrantes; educação e migração; migração e interseccionalidade; e o Brasil como país-destino de migrantes. A programação completa do CIEMMR pode ser conhecida neste link.
Acolhimento
O Congresso é organizado pelo Grupo de Estudos, Pesquisa e Ação em Migração e Refugiados (Gepamir), em parceria com a Secretaria de Relações Internacionais (SRI/Ufes), a Cátedra Sérgio Vieira de Mello, a Liga dos Universitários Africanos (Lua/Ufes) e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPPG).
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Valdemar Lacerda Jr., avalia que o congresso tratará de um assunto crucial nos dias atuais: “Esse tema ganha mais relevância diante dos últimos fatos ocorridos, especialmente na Venezuela”. Para o chefe da Divisão de Mobilidade para a Ufes da SRI, Thiago Prado, o evento é um espaço de relevância acadêmica e sociopolítica, de interesse tanto da comunidade acadêmica quanto do público geral: “É necessário discutirmos, conhecermos, refletirmos e desenharmos novas estratégias de acolhimento para as pessoas em migração forçada ou não no Brasil, em especial na nossa Instituição”.
Integrante do Lua, o estudante de Direito Santos Jose Nze acredita que a união de forças para a organização do evento é fundamental para o alcance de grandes realizações no campo do direito dos migrantes e refugiados. “Nossa colaboração no Festival Cultural Internacional de Migração e Refúgio é uma oportunidade incrível para amplificar as vozes dos migrantes, mostrar suas conquistas e promover o diálogo intercultural. O festival vai muito além de uma celebração artística, é uma forma de dar visibilidade às histórias e culturas que enriquecem a sociedade”, avalia o estudante, que é da Guiné Equatorial, país da África Central.
Sobre o Gepamir
O Gepamir é formado por estudantes brasileiros e estrangeiros da Ufes, dentre os quais estão migrantes da Espanha, da Venezuela e do México, que há cerca de um ano se dedicam a discutir e compreender os desafios e as oportunidades da migração e do refúgio no mundo atual, a fim de fornecer dados e gerar ações que promovam mudanças, visando à melhoria da qualidade de vida dos migrantes e dos refugiados. As linhas de pesquisa do grupo giram em torno de temas como direitos humanos, interseccionalidade, saúde, educação, trabalho e representações sociais nas mídias.
Refugiada da Venezuela, a estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGel) e pesquisadora do Gepamir Adriana Blanco diz que superou muitas situações para se adaptar a um novo país: “Na minha trajetória como mulher, imigrante, assumindo os papéis de mãe e filha nessa jornada, me senti acolhida no Brasil. Hoje é muito importante participar desse grupo, no qual me dedico a estudar os processos migratórios para oferecer compreensão e apoio a outras pessoas”.
Coordenadora do grupo, a titular da Cátedra Sérgio Vieira de Mello na Ufes, Brunela Vincenzi, se diz feliz com a realização do CIEMMR por ser uma iniciativa que contou com o protagonismo dos estudantes estrangeiros da Ufes desde o início. “Isso revela que a Ufes já se internacionalizou, que podemos acolher pessoas de outros países entre nós e que essas pessoas estão produzindo conhecimento aqui”, finaliza.
Além do congresso e do festival, os pesquisadores estão trabalhando na organização do livro Migração e refúgio: desafios contemporâneos, com lançamento previsto para o fim deste ano.
Texto: Adriana Damasceno