“Não faz nenhum sentido um Estado rico como o nosso ter que privatizar”, diz a atriz capixaba reconhecida nacionalmente pelos seus sucessos em novelas
A cada dia amplia a rejeição de professores, estudantes, pesquisadores, moradores, lideranças comunitárias, pescadores artesanais, quilombolas, artistas, indígenas, e a sociedade civil contra o projeto de privatização de seis Unidades de Conservação (UC’s), os parques públicos estaduais. O projeto do atual Governo do Estado não ouviu a população capixaba, mas já entregou uma cópia à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), para saber a opinião dos empresários.
Nesta semana, a atriz e poetisa capixaba Elisa Lucinda, que recentemente interpretou o papel de “Marlene” na novela Vai na Fé, da Rede Globo é mais um artista de renome nacional a se opor à concessão, uma privatização pelo tempo determinado de 35 anos, das UC’s. E notadamente, do Parque Estadual de Itaúnas, no extremo Norte do Espírito Santo. Elisa publicou a sua contestação da entrega do parque para empresários ganharem dinheiro explorando as belezas naturais dessas UC’s.
“Tem uma coisa grave que me assusta. De acordo com o inciso três, do parágrafo primeiro do artigo 225 da Constituição, todas as unidades da Federação têm que ter o seu território de área protegida. Não faz nenhum sentido um Estado rico como o nosso ter que privatizar”, diz Lucinda.
“Se você é capixaba, brasileiro, do planeta Terra, esse assunto te interessa. Esse assunto não é de um lugar, esse assunto é do mundo. Sem economia verde, não haverá desenvolvimento e nem sobrevivência do planeta e de nós. Então, vamos lá? Vamos assinar o Manifesto?
Este é o Manifesto que a atriz pede para que a população capixaba assine:
Ales realizada audiência pública com a população de Itaúnas nesta quinta (7)
Diante da omissão do Governo do Estado, que somente entregou cópia do seu projeto e do que pretende fazer com a privatização das Unidades de Conservação, se limitando apenas a entregar cópia para a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realiza nesta quinta-feira (7) uma audiência em Itaúnas.
Nessa ocasião será discutido o que a comunidade pensa sobre a entrega daquela UC aos empresários, para ganhar dinheiro com a exploração comercial de um santuário ecológico. A deputada proponente da audiência pública foi Iriny Lopes (PT).
- Onde será: Quadra de esportes de Itaúnas, na Avenido Bento Daher, em Itaúnas, distrito de Conceição da Barra (ES)
- Data: 7 de novembro de 2024
- Horário: 18h30”
“Quando o Governo do Estado toma a iniciativa unilateral de construir um projeto sobre nós e não vem conversar abertamente, esclarecendo a comunidade sobre suas intenções e ouvindo nossas necessidades, nossas vontades, nossos anseios, nossas dificuldades e nossos sonhos, então ele não nos contempla. Isso é um modo de racismo ambiental. O Governo, em conjunto com a consultoria e assessoria da Ernst & Young tem sido estratégico: desmontar, desarticular e desmobilizar a comunidade”, diz a parlamentar em sua publicação no Instagram.
E prossegue: “Todos nós em vida aprendemos: respeitar para se fazer respeitado. São tantas as agressões e nenhum espaço aberto para o diálogo, que é natural as reações de confronto. Infelizmente, essa foi uma situação que não fomos nós quem provocamos, a Comunidade só está reagindo em nome do seu direito legal: participação social”, prosseguiu.
E a parlamentar conclui: “Toda provocação tem limites. Estamos há mais de 2 meses dizendo #Itaunasquerfalar, até hoje só ouvimos que “Não existe projeto ainda, por isso não foi apresentado”, mas na Audiência Pública na Ales ficou bem claro, e registrado, pra todos nós: não existe projeto para apresentar para a Comunidade, mas existe um projeto muito bem elaborado que está sendo apresentado para a iniciativa privada, para o mercado de capital privado e de grandes empresários estrangeiros ao nosso território.”
PSOL realiza debate sobre as privatizações neta terça (5)
Em publicação oficial no Instagram, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) está anunciando a realização de um debate sobre o projeto de privatização das seis UC’s do Estado. ”Diante da urgência em discutir a privatização dos parques estaduais, é essencial que o nosso partido esteja informado e, mais do que isso, que atue firmemente contra essa iniciativa do governo Casagrande”, diz o partido em sua rede social.
“O Diretório Estadual do PSOL convida a militância para uma plenária on-line, onde vamos nos aprofundar nas implicações desse projeto e construir estratégias coletivas de resistência. Esse é o momento de mobilização para defender o acesso público e a preservação das nossas áreas naturais”, completa.
Os parques que o atual Governo do Estado quer entregar para os empresários ganharem dinheiro explorando por 35 anos são:
Parque Estadual da Pedra Azul, em Domingos Martins; Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari; Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, em Alegre e Ibitirama; Parque Estadual Itaúnas, em Conceição da Barra; Parque Estadual Forno Grande e Parque Estadual Mata das Flores, ambos em Castelo.