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Pesquisadores da Ufes usam drone para pulverizar plantação de melancias


Entre as observações está a de que o drone permite um menor custo para na aplicação de agrotóxicos para os empresários do agronegócio, ao utilizarem esse equipamento remoto para arremessar veneno sobre plantação de alimentos, que serão consumidos pela população


Pesquisadores da Ufes usam drone para pulverizar plantação de melancias | Fotos: Arquivo dos pesquisadores

O controle fitossanitário de pragas e doenças no cultivo agrícola ganhou mais um aliado, segundo a Ufes. Pesquisadores da universidade aplicaram em testes a técnica de pulverização (água e corante) com uso de drones em plantações de melancias e comprovaram sua eficácia. Durante o estudo, foi analisado o efeito de diferentes pontas de pulverização e taxas de aplicação a fim de determinar a qualidade da distribuição das gotas pulverizadas pelo equipamento.

A pesquisa é do Laboratório de Mecanização e Defensivos Agrícolas (LMDA), vinculado ao Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes/Ufes), em São Mateus. As melancias são afetadas por ataques constantes de pragas, doenças e ervas daninhas em todos os seus estágios de cultivo. A pulverização convencional de defensivos agrícolas pode ser ineficiente e cara.

“A melancia possui características específicas que a diferenciam de outras culturas já estudadas. Entre esses fatores, destacam-se a área de cultivo coberta por ramificações, a presença de tricomas (estrutura que ajuda na absorção de água e sais minerais, defesa, entre outras funções) e a variabilidade de peso dos frutos, dependendo da cultivar. Essas características dificultam a penetração de gotas em alvos inferiores, tornando os equipamentos convencionais menos eficazes”, explica o autor da pesquisa e formando do curso de Agronomia da Ufes Luis Felipe Ribeiro.

Metodologia e resultados

A solução encontrada foi a utilização de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) para a pulverização. Os drones, como são conhecidos, oferecem vantagens quando comparados aos pulverizadores convencionais. Entre essas vantagens, destacam-se a baixa taxa de aplicação, a maior economia de água e o menor risco de contaminação para o aplicador. Além disso, os dispositivos não exigem locais específicos para decolagem e pouso, tornando-os adequados para terrenos diversos e culturas rasteiras com muitas folhas.

No experimento, os pesquisadores usaram papeis sensíveis à água ​​como alvos, o que permitiu validar o fluxo pulverizado pelo equipamento. Foi avaliada a cobertura das gotas, bem como sua deposição, densidade e diâmetro mediano de volume. Os resultados revelam que as taxas de aplicação se ampliam significativamente na distribuição de gotas nas áreas inferiores e superiores das folhas, frutos, gemas apicais e caules das plantas de melancia. Entre as pontas de pulverização testadas, dois modelos demonstraram maior eficiência.

O coordenador do LMDA e orientador da pesquisa, Edney Leandro da Vitória, afirma que a pulverização por meio de drone é uma operação sustentável. “No quesito social, conseguimos minimizar a exposição do operador aos agentes tóxicos. Além disso, foi possível reduzir o risco ambiental da deriva e, na esfera econômica, o custo por área aplicada com uso do drone tende a ser menor do que os outros tipos de aplicação”.

Segundo a Ufes, aliando ensino, pesquisa e extensão, a pesquisa proporcionou, na fase de testes, a interação entre alunos, empresários do agronegócio, técnicos e professores na Fazenda Experimental do Ceunes. O estudo foi publicado na revista internacional Agriculture (MDPI).

Texto: Baseado no texto original de Ghenis Carlos/Bolsista em projeto de extensão