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Jogos de azar on-line sem controle no Brasil ameaçam receita das igrejas evangélicas


Os dados são apontados em pesquisa recente, onde evangélicos não estão dando atenção às condenações à jogatina, feita pelos pastores


Jogos de azar on-line sem controle no Brasil ameaça receita das igrejas evangélicas | Imagem: Freepik

O crescimento sem controle dos jogos de azar on-line está provocando ameaça nas receitas das igrejas evangélicas, diante da redução do dízimo e das ofertas espontâneas solicitadas pelos pastores. O alarme soou quando foi divulgado no último mês uma pesquisa do Poder Data, onde apontou que os jogadores mais viciados são os evangélicos, onde 29% afirmou que usa seu dinheiro para os jogos on-line, contra 22% dos católicos. Diante do receio de perda do dizimo, as igrejas evangélicas estão publicando comunicados em seus sites oficiais, para condenar a jogatina.

A Igreja Universal do Reino de Deus, de propriedade do empresário Edir Macedo, emitiu alertas contra os jogos on-line em seu portal oficial. “Sempre ensinamos que o vício não está apenas relacionado à substância ou às apostas, mas a um espírito que atua na mente da pessoa. Temos recebido jovens e senhores que perderam muito em jogos on-line, caça-níquel e conseguiram se reeguer”, afirma o Bispo Nilton Patrício da Igreja Universal.

Outro pastor evangélico, dono da Igreja Renascer em Cristo, apóstolo Estevam Hernandes, também está combatendo a prática da jogatina entre os membros de sua agremiação religiosa. Ele ampliou o apoio às pessoas envolvidas com apostas, alertando sobre os riscos associados à digitalização dessas práticas. O apopstólo Hernandes destaca em seus pronunciamentos que a facilidade de acessar aos jogos online pelo celular tem elevado a dependência.

Outro a fazer críticas duras contra os jogos de azar on-line é o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, que chama a jogatina de “a desgraça social.” Ainda em 2021, quando os deputados federais aprovaram o projeto que permite o jogo de azar on-line, esse pastor promoveu duras críticas. “Não beneficia em nada a economia do País. Nós não precisamos mais de desgraças sociais. Destrói a pessoa humana, destrói a família e leva as pessoas à falência econômica. Noventa por cento da população brasileira ganha até cinco salários.”

Evangélicos são os que mais jogam

No entanto, a pesquisa do Poder Data mostrou que os fiéis das igrejas evangélicas não estou dando atenção aos sermões de seus pastores. A empresa que fez a pesquisa é de propriedade do grupo que controla a empresa de jornal digital Poder360, fez 2.500 entrevistas em 181 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O intuito for verificar qual a relação de praticantes de religiões com os jogos on-line.

Na análise da pesquisa, o Poder Data fez o seguinte destaque: “É um dado contraintuitivo, pois todas as denominações religiosas evangélicas condenam a prática de jogos de azar. Entre os católicos, essa restrição é um pouco mais branda.”  Outro dado apontado na pesquisa é que os evangélicos são os que mais se endividam com asa bets, ficando com 21% dos entrevistados. Já entre os católicos, o endividamento por causa dos jogos de azar on-line é de 12% dos entrevistados.