A recente revelação de que a ministra sueca para a Igualdade de Gênero, Paulina Brandberg, sofre de “bananofobia” e que tem medo de banana e a venda de uma banana na parede por R$ 36,07 milhões despertou atenção sobre a produção desse produto agrícola no ES. Saiba aqui como está a produção da banana capixaba
A banana esteve nos noticiários internacionais nos últimos dias em destaque. Primeiro foi a declaração da ministra sueca para a Igualdade de Gênero, Paulina Brandberg, de que sofre de “bananofobia” e que tem medo de banana. A segunda foi a venda de uma “obra de arte” de uma banana presa com fita adesiva na parede, feita pelo artista italiano Maurizio Cattelan e que foi vendida por US$ 6,2 milhões (R$ 36,07 milhões), em um leilão na Sotheby’s, em Nova York.
O Grafitti News procurou o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) para saber sobre a atual produção capixaba e, principalmente, se a banana é exportada para a Suécia, o país onde a ministra proibiu a sua presença em solenidades que venha a participar, por ter “medo.”.A resposta da Incaper é que os produtores capixabas não exportam para a Suécia, mas vendem para vários Estados brasileiros e exportam para a Argentina e o Panamá.
Produção capixaba de banana
A produção de banana no Espírito Santo vem apresentando crescimento ano após ano. Segundo o Incaper, a produção de banana é o terceiro produto agrícola capixaba em destaque no ano passado, com um total de 411.962 toneladas e ficando apenas atrás da cana-de-açúcar (3,09 milhões de toneladas) e do café conilon em grão (641.544 toneladas). Já o café arábica (169.873 toneladas) vem bem atrás, ficando em nono lugar em toneladas produzidas em 2023.
Já em valor da produção em 2023, a banana ficou em quinto lugar, com a receita total de R$ 878,57 milhões, atrás do café conilon (R$ 7,09 bilhões), café arábica em grãos (R$ 2,27 bilhões), mamão (R$ 1,1 bilhão) e pimenta-do-reino (R$ 1,03 bilhão). Na área colhida no último ano, a banana ficou em quarto lugar, depois do café conilon em grão (278.136 hectares), café arábica em grão (136.853 hectares) e da cana-de-açúcar (53.1123 hectares).
Variedades e mercados
O Espírito Santo possui variedades de bananas. Segundo o Incaper, são três subgrupos produzidos no Estado: Banana da Terra, Cavendish (banana d’água ou também conhecida como banana-nanica) e Prata, que é o tipo produzido em maior quantidade. Não há um detalhamento da produção por variedade.
Os principais mercados, fora do Espírito Santo, segundo o Incaper, são Minas Gerais (Belo Horizonte), Santa Catarina, Goiás e Bahia. Para o exterior, é vendida para a Argentina e Panamá. Não há registro de exportação da banana capixaba para a Europa.
De acordo com o Incaper, mo Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (PEDEAG-4), as metas para a cadeia produtiva da banana, a serem alcançadas até 2032, são: aumentar em 4,9% a área de produção, de 28.595 hectares (em 2022) para 30.000 hectares (2032); aumentar a produção em 20%, de 400.000 toneladas (2022) para 480.000 toneladas (2032); e aumentar a produtividade em 14,4%, de 14 toneladas por hectare (2022) para 16 toneladas por hectare (2032).
Projeção da safra 2024
A projeção da safra de banana no Espírito Santo para 2024, de acordo com o IBGE, é de 424 mil toneladas. O volume é acima das 411.962 toneladas efetivamente colhidas em 2023 e superior às 397 mil toneladas colhidas em 2022. Em agosto do ano passado, durante a realização de uma oficina técnica para o aumento da produtividade de banana no Estado, o secretário da Agricultura, Enio Bergoli, fez a seguinte declaração:
“A produção de banana é uma importante atividade econômica e social no Espírito Santo, gerando renda e emprego em diversas regiões. Somente em 2022, o valor da produção no Estado foi de R$ 686 milhões, aumentando o acesso no mercado internacional. Sabemos que essa cadeia produtiva tem potencial para crescer ainda mais, principalmente em produtividade. Por isso, o intuito do Governo do Estado é dialogar e ouvir as necessidades do setor para propiciar o desenvolvimento com inovação tecnológica e sustentabilidade”, disse naquela ocasião o secretário.
Banana em evidência mundial
Dois fatos despertaram atenção mundial nos últimos dias em relação à banana. Um desses foi a casa de leilões Sotheby’s, de Nova Yoirk (EUA), ter anunciado na sua página oficial na internet a venda de uma única banana, afixada em uma parede, feita pelo artista italiano Maurizio Cattelan por um valor estimado entre US$ 1 milhão (R$ 5,82 milhões e US$ 1,5 milhão (R$ 8,72 milhões). E, no final do leilão ocorrido em 20 de novembro e fechado às 22h38 (horário local) por um valor bem acima: US$ 6,2 milhões (R$ 36,07 milhões). O comprador foi o empresário de criptomoedas chinês Justin Sun.
O outro foi a obtenção de um e-mail entre a ministra sueca da Igualdade de Gênero Paulina Brandberg e o presidente da Câmara dos Deputados, Andreas Norlén, obtida pelo jornal sueco Expressen. Brandberg iria ao parlamento e nesse e-mail fez um pedido expresso para que não houvesse banana no coffe-break e nem no caminho em que iria percorrer, sob alegação de que possuía “alergia” a banana.
No entanto, a ministra sueca já havia tornado público em 2020, em uma publicação na sua conta do X (antigo Twitter) que tinha uma doença rara, denominada de “bananofobia.” E ela própria chegou dizer nessa postagem que tinha “a fobia mais estranha do mundo para bananas.”. Segundo o noticiário do Expressen, Brandberg foi alvo do programa de humor da rede de TV sueca SVT chamado ”Notícias suecas”. Logo na vinheta de abertura colocou um um monte de bananas visíveis e durante a música havia um homem comendo a banana e onde aparece em uma foto da ministra.
A “bananofobia” é a denominação de um transtorno caracterizado por um medo intenso e irracional de bananas. O pavor às bananas pode se manifestar em diversas modalidades, como a ansiedade extrema ao visualizar, tocar e até mesmo pensar em uma banana. A fobia pode causar sintomas físicos e emocionais, como palpitações, tremores, chegando a ataques de pânico, que pode afetar a vida social e a qualidade de vida, levando ao isolamento e à limitação de atividades.