O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para esta quinta-feira (8) o julgamento de liberação de aglomeração de pessoas em cultos e missas presenciais, em locais fechados, em plena ascensão da segunda onda de contaminação e mortes pelo novo coronavírus (Covid-19). A suspensão ocorreu após o relator, ministro Gilmar Mendes, declarar seu voto favorável à preservação de vidas com o fechamento dos templos religiosos. Mendes fez referência a várias proibições temporárias em diversos países do mundo, como forma de estancar o avanço do contágio e mortes pelo Covid-19.
Preocupados com a queda da receita, muitas entidades religiosos desconhecidas, como uma que diz representar os “índios evangélicos”, usaram tom audacioso para se referir à Suprema Corte do país. Um desses foi o advogado, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, representando o partido político PTB, que usou uma frase bíblica para ofender os ministros do STF: “Perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”. O presidente do STF, ministro Luiz Fux chamou a atenção do advogado pela forma como se referiu à mais elevada Corte brasileira.
Entre os advogados o mais sensato foi o que representou o partido político Cidadania, que disse ser uma medida temporária para a proteção da vida e que não há necessidade de as pessoas correrem risco de morte em se aglomerar, já que os preceitos religiosos continuarão sendo feitos de forma virtual. O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi um outro que participou da sessão para defender a tese do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que seja permita a aglomeração em templos religiosos.