O Verão 2024/2025 será de extremos, com calor mais intenso do que o anterior e excesso de chuvas fortes, devido ao início da influência do fenômeno La Niña, de acordo com especialistas. A análise é do Climatempo
A Primavera termina neste sábado (21) exatamente às 6h21 (hora de Brasília), quando se inicia o solstício de Verão, que é o início oficial do Verão no Brasil e no Hemisfério Sul. A estação se prolonga até às 6h02 de 20 de março de 2025, segundo dados divulgados pela empresa privada de meteorologia Climatempo, cuja sede fica no Bairro Vila Mariana, em São Paulo (SP). Órgãos oficiais, como o Observatório Nacional, ainda não deram informações sobre o Verão 2024/2025.
“É no verão que o Brasil, e todo o Hemisfério Sul, recebe a maior dose de isolação no ano. Isto significa que é durante o verão que temos o maior número de horas de Sol disponível para aquecer o ar. O calor e o abafamento predomina em grande parte do país”, diz o Climatempo em nota.
Verão 2024/2025 terá características diferentes
A destruição do planeta promovida pelo ser humano na sua busca pela exploração máxima dos recursos naturais e consequente poluição ambiental, na busca de dinheiro e lucro, fará com que o “aquecimento global” seja mais intenso de agora em diante. “O que se pode esperar do novo verão que está chegando?”, questiona o Climatempo.
“O Verão 2024/2025 terá características muito diferentes do que observamos no Verão passado, 2023/2024, quando um forte El Niño ainda dominava o clima global e todos os oceanos estavam atipicamente quentes, acentuando e reforçando o calor da atmosfera. Apesar do maior aquecimento, o El Niño teve um grande impacto e reduziu a chuva sobre o Brasil. De forma geral, o El Niño reduz a chuva e o La Niña aumenta a chuva no verão do Brasil. No próximo verão não teremos El Niño, mas também não devemos ter um La Niña organizado”, informa a empresa de meteorologia.
É lembrado que a análise mais recente, de 18 de novembro, feita pelo centro de previsão climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), mostrou que o índice Oceanic Niño Index (ONI) para o trimestre agosto/setembro/outubro foi de -0,2°C. O ONI é um índice baseado na média da temperatura da porção central do oceano Pacífico Equatorial.
É a análise deste índice que determina em qual modo o Pacífico Equatorial central-leste está: modo neutro, modo El Niño ou modo La Niña. Para que o modo La Niña se verifique é preciso que o índice ONI seja de pelo menos -0,5°C e por vários trimestres consecutivos.
“É pouco provável que o La Niña se configure completamente neste verão 2024/2025. Esta condição atual de neutralidade, mas com tendência fria, se assemelha muito aos efeitos de um La Niña fraco para o Brasil. Então, mesmo que oficialmente não se forme um La Niña, o “modo La Niña” não se organize completamente no Pacífico Equatorial central-leste, vamos sentir a influência aqui no Brasil desse “efeito de La Niña”, diz a meteorologista da equipe de previsão de clima da Climatempo, Ana Clara Marques.
Oceanos quentes
Ana Clara faz ainda um alerta que vai continuar preocupando os meteorologistas e climatologistas de todo o mundo em 2025: “Quando olhamos o oceano globalmente, é como se este resfriamento do Pacífico Equatorial na costa peruana fosse só uma pequena bolha fria. Todos os outros oceanos continuam com temperatura acima da média, como já vínhamos observando em 2023.”
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o ano de 2024 deve terminar como o mais quente já observado desde a era pré-industrial (1850/1900), tirando o troféu de 2023, que passaria para a segunda posição no ranking da quentura global.