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Estudo diz que as marchinhas carnavalescas são registro da memória social e política brasileira


Professores da UFRGS escreveram um estudo intitulado “As músicas da Era Vargas e o registro da Memória Social sobre as eleições presidenciais”, compostas entre 1930 e 1954, período esse onde se encontram as marchinhas tocadas em todos os carnavais até os dias de hoje


Estudo diz que as marchinhas carnavalescas são registro da memória social e política brasileira | Vídeo: Canal Graftti News/YouTube

De acordo com os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Cleonice Della Pasqua, Luis Fernando Herbert Massoni e Ketlen Stueber, dizem na publicação que as marchinhas de carnaval foram o gênero musical escolhido para a realização do estudo, sendo que elas tiveram o seu auge nos anos 1930, 1940 e 1950. “O sucesso obtido foi resultado de melodias simples e de forte apelo popular com letras irônicas, engraçadas e de caráter ambíguo.”

A dizem que o compasso binário, raramente quaternário e com o primeiro tempo fortemente acentuado das marchinhas agradava ao povo, e o apogeu das marchinhas está ligado à sua popularização. “Trazendo críticas aos temas urbanos, elas tratavam do cotidiano e, muitas vezes, tinham conotação política. O ambíguo era explorado com o intento de dar leveza a temas político, ideológico e partidário. A partir da década de 1930, as marchinhas tornaram-se mais populares pela divulgação feita através do rádio.”

Propaganda de um salão carnavalesco na Rua São Francisco, no Centro Histórico de Vitória (ES), em 1871 | Imagem: Reprodução/Redes sociais

Identidade cultural

A afirmam que “outro aspecto a ser considerado é o da relação entre a música e a construção identitária, pois as canções moldam e atualizam a identidade cultural. A música é um objeto de construção da identidade de uma nação, pois é parte da cultura popular.”

“É neste universo que a música se faz presente para a identificação dos momentos históricos e da ressignificação da memória social através de suas letras, que contam muito do cotidiano, dos fenômenos sociais, políticos, econômicos, dentre tantos outros. A utilização da música como uma linguagem alternativa para a construção da memória social é de extrema relevância, pois ativa as lembranças através do afeto, acrescenta novos conhecimentos, traz novos olhares sobre o passado e auxilia na construção do futuro”, concluem.