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Pesquisa prova que uso de anticoncepcionais hormonais eleva risco de ataque cardíaco


O estudo foi realizado por pesquisadores dinamarqueses e utilizou a prescrição médica de duas mil mulheres e saiu publicado recentemente em revista cientifica inglesa


Pesquisa prova que uso de anticoncepcionais hormonais eleva risco de ataque cardíaco | Foto: Freepik

Com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), ao apontar que menos 248 milhões de mulheres em todo o mundo utilizem contracepção hormonal, a revista cientifica britânica BMJ (a antiga British Medical Journal) trouxe na sua mais recente publicação uma comprovação de que há uma ligação “entre o uso contemporâneo de contraceptivos hormonais e o risco de acidente vascular cerebral isquêmico incidente e infarto do miocárdio.”

O estudo foi realizado pelos seguintes pesquisadores dinamarqueses: Harman Yonis, médico, estudante de doutorado), Ellen Løkkegaard, médica, professora, Kristian Kragholm, médico, Cristóvão B Granger, professor, Amalie Lykkemark Møller, pesquisador de pós-doutorado, Lina Steinrud Mørch, pesquisador sênior, Christian Torp-Pedersen, professor e Amani Meaidi, médico, pesquisador de pós-doutorado.

Informações completas antes do uso

Os pesquisadores reforçam a importância de as mulheres vir a ter acesso a informações completas ao escolherem seus métodos contraceptivos. A pesquisa teve como centro de análise os registros de prescrição médica de mais de dois milhões de mulheres dinamarquesas. Os alvos do levantamento, de acordo com relato inicial do estudo, eram mulheres com idade entre 15 e 49 anos que residiram na Dinamarca entre 1996 e 2021.

Essas mulheres não tinham histórico de trombose arterial ou venosa, uso de antipsicóticos, câncer, trombofilia (desenvolvimento de trombose no sistema de coagulação sanguínea)., doença hepática, doença renal, síndrome dos ovários policísticos (doença cística do ovário), endometriose (camada de tecido que reveste o útero cresce no seu exterior), tratamento de infertilidade, uso de terapia hormonal, ooforectomia (remoção cirúrgica de um ou ambos ovários) e histerectomia (remoção do útero), assinala o levantamento.

Resultados

 “O aumento do risco trombótico arterial também foi observado com o uso do anel vaginal combinado (razão de taxa de incidência ajustada de 2,4 para acidente vascular cerebral isquêmico e 3,8  para infarto do miocárdio), adesivo (3,4) e sem infartos do miocárdio) e implante somente progestágeno e ≤3 infartos do miocárdio), enquanto nenhum risco aumentado foi observado com dispositivo intrauterino somente com progestógeno para acidente vascular cerebral isquêmico e  para infarto do miocárdio”, assinala a pesquisa.

A conclusão é que o uso de contraceptivos contemporâneos de estrogênio-progestina e apenas progestágeno foi associado a um risco aumentado de acidente vascular cerebral isquêmico e, em alguns casos, infarto do miocárdio, exceto no dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel, que não foi associado a nenhum deles. Embora os riscos absolutos tenham sido baixos, os médicos devem incluir o risco potencial de trombose arterial na sua avaliação dos benefícios e riscos ao prescrever um método contracetivo hormonal.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os anticoncepcionais feitos com estrogênio, como é o caso do anel vaginal e do adesivo para a pele, são os mais associados ao aumento do risco cardiovascular. O anel vaginal foi relacionado a um risco 3,8 vezes maior de ataque cardíaco, enquanto o adesivo aumentou em 3,4 vezes a possibilidade de um derrame isquêmico.

Serviço:

A pesquisa pode ser lida no idioma inglês neste link.