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Mesmo com preços altos, comércio do ES espera movimentar R$ 66 milhões com a Páscoa 2025


Os produtos mais procurados são chocolates, além de decoração, pescados, vinhos e azeites. Custo mais elevado de itens da torta capixaba e do ovo de Páscoa deve gerar maior pressão no orçamento familiar em abril. Os impostos sobre produtos e serviços de Páscoa são abusivos, segundo levantamento de tributarista
 


Mesmo com preços altos, comércio do ES espera movimentar R$ 66 milhões com a Páscoa 2025 | Foto: Freepik

A Páscoa, considerada a sexta data mais relevante para o comércio capixaba, tem previsão de movimentar cerca de R$ 66 milhões em vendas no Espírito Santo durante todo o feriadão – de sexta a domingo –, de acordo com levantamento do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com base nas informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os produtos mais procurados são os ovos de Páscoa e chocolates, além de decoração, pescados, vinhos e azeites. Os serviços de alimentação que oferecem a tradicional torta capixaba consumida na Semana Santa e refeições com frutos do mar também deverão entrar na conta, na hora de definir os custos da refeição. Isso poderá influenciar o consumo das famílias capixabas no feriado, em especial na escolha pela alimentação em casa ou na rua.

Além da comercialização de produtos, outra parcela do movimento econômico estadual deverá ser impulsionada pelo turismo de lazer, devido ao feriado prolongado, sendo essa uma oportunidade para os empresários potencializarem seus negócios.

Confirmada a estimativa de vendas (R$ 65,95 milhões), o resultado capixaba representará um crescimento real de 0,7% no faturamento em relação à Páscoa de 2024, que movimentou R$ 65,50 milhões. Já quanto à média nacional, a previsão é de queda de 1,4% em relação ao ano passado, totalizando um faturamento de R$ 3,36 bilhões. Em 2024, o valor chegou a R$ 3,41 bilhões.

De acordo com a coordenadora de pesquisas do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, os custos com alimentação – principalmente chocolates e itens da torta capixaba – e lazer durante a Páscoa deste ano tendem a ser maiores do que em 2024, caso a tendência de março se mantenha neste mês de abril.

Ela frisou que, segundo o IBGE, a inflação do valor da alimentação, acumulada entre janeiro e março de 2025, foi 3,28% maior que a observada no mesmo período de 2024. Já a alimentação fora de casa subiu 4,06% quando comparada aos custos observados de janeiro a março de 2024.

“Por isso, o valor das refeições fora de casa na Páscoa deve se manter relativamente mais alto em 2025 em comparação a 2024. Além disso, quando se consideram outros gastos típicos do feriado, como transporte e lazer (como cinema e teatro), a inflação pode pesar ainda mais na decisão entre aproveitar o feriadão em casa ou sair. De janeiro a março de 2025, as atividades de recreação apresentaram aumento de 0,92% em relação ao mesmo período do ano anterior. O transporte também ficou mais caro neste ano, com uma inflação acumulada de 3,2% até março de 2025”, detalhou Ana Carolina Júlio.

Para as famílias que pretendem manter a tradição de preparar a torta capixaba na Páscoa, alguns ingredientes podem pesar no orçamento. O destaque vai para o tomate, que apresentou uma disparada de 86,66% – mais do que o dobro da média nacional, que já foi alta (52,9%). O camarão subiu 3,41% no estado, enquanto praticamente não teve variação no Brasil como um todo (0,01%). O ovo de galinha também apresentou um aumento considerável, com aumento de 29,95% no estado, um pouco abaixo da média nacional (31,7%).

Em contrapartida, alguns ingredientes apresentaram queda de preços, o que pode amenizar um pouco o impacto no orçamento. É o caso da batata-inglesa, com redução de 7,01% no Espírito Santo, da cebola (0,9%) e do azeite de oliva (4,83%).

Já os tradicionais chocolates de Páscoa ficaram mais caros, com inflação de 6,21% no Espírito Santo – valor próximo da média nacional (6,84%).

“A combinação de aumentos nos preços dos ingredientes (como camarão, tomate e ovos) deverá deixar a torta capixaba mais cara, gerando uma maior pressão no orçamento familiar em abril. Além disso, de acordo com a CNC, a alta da cotação do cacau no mercado internacional e a desvalorização do real ao longo do último ano impactaram significativamente os preços finais da venda de chocolates ao consumidor”, detalhou Ana Carolina Júlio.

Segundo ela, para as famílias com orçamento apertado, o planejamento financeiro neste mês será ainda mais importante para evitar a inadimplência, que tem apresentado queda nos últimos meses.

“Nesse contexto, os consumidores deverão pesquisar mais para tentar encontrar produtos de valores mais acessíveis. Os lojistas, por sua vez, devem estar preparados para proporcionar maior variedade e opções para todos os bolsos”, ressaltou a coordenadora do Connect Fecomércio-ES.

Serviço:

A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada no site: https://portaldocomercio-es.com.br.

Vinho, o vilão dos tributos na Páscoa | Foto: Freepik

Consumidores pagam até 64% de impostos em  produtos típicos da Páscoa

A celebração da Páscoa, marcada por reuniões familiares, trocas de chocolates e almoços especiais, traz um ingrediente amargo para o consumidor: a elevada carga tributária embutida nos produtos típicos da data. Um levantamento do advogado tributarista Samir Nemer revela que, em alguns itens, os tributos podem representar mais da metade do valor final pago pelo consumidor.

O campeão da lista é o vinho importado, com 64,57% do seu preço formado por tributos. Em seguida aparece o vinho nacional, com 45,56%, e a cerveja, com 39,07%. “Esses percentuais mostram como o sistema tributário brasileiro penaliza o consumo. O vinho importado, por exemplo, tem quase dois terços de seu preço final compostos apenas por impostos”, alertou Nemer, que é sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.

O tradicional chocolate, símbolo da Páscoa, também aparece na lista com altos índices de tributação. O ovo de Páscoa e o chocolate em barra têm carga de 38,25%, enquanto os bombons atingem 38,49%. “Ao comprar um ovo de Páscoa de R$ 100, o consumidor está destinando mais de R$ 38 para os cofres públicos”, explicou.

Entre os alimentos preferidos na Semana Santa, o bacalhau, outro item frequentemente presente à mesa dos capixabas, conta com 34,58% de tributos embutidos. Já os peixes em geral, mais acessíveis, têm carga tributária de 27,55%.

Carga tributária elevada em serviços

Até mesmo os serviços mais utilizados durante o feriado são afetados pela alta carga tributária. Um almoço em restaurante, por exemplo, tem 34,58% de seu valor final em tributos. Já a hospedagem e as passagens aéreas, comuns para quem aproveita o período para viajar, possuem cargas de 25,90% e 22,10%, respectivamente.

Segundo Samir Nemer, os principais tributos que compõem esses percentuais são o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o PIS e a Cofins. No caso dos produtos importados, soma-se ainda o imposto de importação. “O sistema brasileiro é um dos mais complexos do mundo e é baseado principalmente no consumo, o que afeta de forma mais dura as classes de menor renda”, declarou o advogado.

Além de criticar a alta carga tributária, Nemer defende uma maior conscientização da população. “Poucos consumidores se atentam ao quanto pagam de imposto ao adquirir um produto. Esse desconhecimento dificulta a cobrança por melhores serviços públicos e maior eficiência na gestão dos recursos. É importante refletir sobre o sistema tributário e exigir mudanças que aliviem o bolso do consumidor, principalmente em épocas de maior consumo”.

Confira os principais produtos da Páscoa e seus respectivos impostos:

  • Vinho importado – 64,57%
  • Vinho nacional – 45,56%
  • Coelho de pelúcia – 40,96%
  • Cerveja – 39,07%
  • Bombom – 38,49%
  • Ovo de Páscoa e chocolate – 38,25%
  • Refrigerante (lata) – 36,56%
  • Colomba pascal de chocolate – 36,02%
  • Bacalhau – 34,58%
  • Peixes – 27,55%

Tributação em serviços utilizados no período da Páscoa:

  • Almoço em restaurante – 34,58%
  • Hospedagem – 25,90%
  • Passagem aérea – 22,10%

Fonte: Levantamento do advogado tributarista Samir Nemer, com base nos dados do site Impostômetro.