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Ex-presidente do Banco Central defende nos EUA congelar o salário mínimo por 6 anos


A proposta prejudica mais de um terço dos brasileiros, que tem como renda o salário mínimo de R$ 1.518,00, que é atualmente um dos salários básicos mais desvalorizados e sem poder de compra do mundo


Ex-presidente do Banco Central defende nos EUA congelar o salário mínimo por 6 anos | Imagens: Reprodução/Redes sociais

Em um gesto de perversidade com os trabalhadores mais pobres do Brasil, que segundo o IBGE são 35,63% da população (o que corresponde a cerca de 34,766 milhões de pessoas), que vivem com até um salário mínimo por mês, o economista Arminio Fraga está defendendo o congelamento desse menor salário “por seis anos em termos reais.” Ou seja, Fraga, que já foi presidente do Banco Central do Brasil no governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, está defendendo que o salário mínimo brasileiro, que é atualmente um dos mais desvalorizados e sem poder de compra em todo o mundo, fique congelado no atual valor de R$ 1.518,00, atualmente equivalente a US$ 257 por seis anos ou 72 meses.

Segundo noticiário do portal UOL, o economista de linha conservadora alegou, durante a sua participação no evento Brazil Conference, realizado pelas ortodoxas Universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos, que o Brasil deve congelar o salário mínimo por seis anos. No mesmo evento, em nenhum momento, Fraga pediu o mesmo congelamento para as benesses fiscais dos Governos federal e estaduais, em concessão de “incentivos fiscais.”

Eliminar as renúncias fiscais não foram lembradas pelo economista

As renúncias fiscais, ou “doação” de dinheiro público para empresários neste ano, através de benefícios tributários vão chegar neste ano a R$ 543,6 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Fazenda. O montante representa quase 20% do total da arrecadação que a Receita Federal espera obter ao longo de 2025. A estimativa consta do Demonstrativo de Gastos Tributários, encaminhado ao Congresso como informação complementar à proposta orçamentária do ano que vem.

No entanto, o economista que possui dupla cidadania, a americana e brasileira, se omitiu em relação as benesses fiscais, preferindo atacar o lado mais fraco da cadeia produtiva, que é o trabalhador mau remunerado e que tem como renda apenas um salário mínimo. E ainda atacou a Previdência Social, argumentando “Onde está o dinheiro no Brasil? Uma conta gigante é a previdência, e ela está piorando assustadoramente, todos os estudos mostram, são regras que precisam ser refeita.”

Quem é Armínio Fraga

Armínio Fraga Neto é um economista brasileiro e ex-presidente do Banco Central do Brasil. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1957 e também tem nacionalidade norte-americana. Fraga é sócio-fundador da Gávea Investimentos, empresa fundada em 2003. Ele também é presidente do conselho do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, fundado em 2019. Ambos os órgãos têm sede no Rio de Janeiro.

Quando foi indicado para ocupar a Presidência do Banco Central em fevereiro de 1999, a oposição ao Governo de Fernando Henrique Cardoso o chamava de “vassalo do capital estrangeiro” e de “representante dos megaespeculadores.” Ele acabou assumindo a direção do BC em março de 1999 e ficou no cargo até 2003.

Naquela ocasião, durante sabatina no Senado, o então senador Saturnino Braga o perguntou: “Então quer dizer que você é o ‘gênio do mal’?.”Não sou gênio, mas sou do bem”, respondeu Arminio Fraga, que vinha para o posto de dirigente do BC após ter sido funcionário de alto escalão de e de confiança de George Soros, um dos maiores especuladores financeiros do mundo. Essa relação umbilical entre Fraga e Soros incomodou a oposição. “Será uma raposa tomando conta do galinheiro”, diziam os senadores da oposição. “Um vampiro guardando o banco de sangue”, acrescentou  o senador Lauro Campos, do PT do Distrito Federal.