fbpx
Início > Governadores de 23 Estados enviam carta à Joe Biden para enfrentar a crise climática

Governadores de 23 Estados enviam carta à Joe Biden para enfrentar a crise climática

A carta dos 23 governadores será entregue ao presidente dos Estados Unidos no próximo dia 22, Dia da Terra | Foto: Arquivo

Diante da inoperância do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em estabelecer política de defesa do meio ambiente, 23 governadores decidiram se comprometer com o enfrentamento da crise climática e preparam o envio de uma carta ao presidente americano Joe Biden. A ação foi fruto de uma articulação do Centro Brasil No Clima (CBC) e tem como objetivo tentar estabelecer uma parceria com o país norte-americano a fim de desenvolver “a maior economia de descarbonização do planeta”.

O documento, cuja íntegra pode ser baixado através de download em arquivo PDF no final desta matéria, busca estabelecer uma parceria através de uma ação econômica global de descarbonização e será enviado a Biden. A entrega da carta vai ocorrer por ocasião da realização da Cúpula dos Líderes Climáticos, convocada pelo presidente americano para quinta-feira da semana que vem, dia 22 de abril. Esta é a mesma data em que se celebra o Dia da Terra.

Os 23 Estados signatários da carta até esta última quarta-feira (14): Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, Tocantins

Interlocução

A carta propõe uma interlocução entre os Estados Unidos e os governadores estaduais brasileiros visando ações conjuntas e está constituída em quatro eixos essenciais de cooperação: Descarbonização, Recuperação Florestal, Recursos Internacionais e Cultura Ecopolítica. O documento também traz referências para a regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, com base em créditos de descarbonização e de carbono.

“Conscientes da emergência climática global, os governos subnacionais brasileiros signatários estão cientes da sua responsabilidade com a redução dos gases de efeito estufa, a promoção de energias renováveis, o combate ao desmatamento, o cumprimento do Código Florestal (…) e a busca de formas consorciadas de viabilizar massivos reflorestamentos, integrados aos sistemas sociobioprodutivos regionais”, diz um trecho da carta.

“Ao fazer essa articulação, nossa expectativa é colaborar para o processo de transformação do Brasil na maior economia de descarbonização do planeta”, resume Guilherme Syrkis, diretor-executivo do CBC. A meta é estimular a regeneração ambiental, diminuir as desigualdades, criar modelos resilientes no enfrentamento de pandemias e elaborar cadeias econômicas de menos carbono.

Negacionismo de Bolsonaro

“Os governadores precisam compensar com ações em seus Estados por conta da posição negacionista do Governo Federal. Temos motivação pela necessidade de sobrevivência, e ainda mais, por conta da posição do Governo Federal, de construir um plano. No Espírito Santo, desde meu primeiro governo, temos programas importantes e que se destacam na área ambiental, inclusive, com a participação de empresas, instituições públicas e da sociedade civil. É fundamental trabalharmos na direção da proteção ambiental, criando estratégias sustentáveis, investindo em energias renováveis e preparando o mundo para as próximas gerações”, disse o governador Renato Casagrande, do Espírito Santo.

Com uma visão ampla, a proposta não inclui apenas governadores dos estados da Amazônia, mas também outros biomas com rica biodiversidade e estoque de carbono, como Cerrado, Caatinga, Pantanal e a Mata Atlântica. De acordo com o articulador político do CBC, Sérgio Xavier, “o Brasil é o titular do maior ativo econômico da Terra e do bem natural mais necessário no século XXI para reverter a mudança climática”.

O conteúdo da carta foi produzido pelo CBC com a colaboração de profissionais, lideranças e especialistas. São eles: Instituto Clima e Sociedade (iCS), Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Grupo de Economia do Meio Ambiente (Gema), The Climate Group, Under2 Coalition, Instituto Talanoa, professor Carlos Nobre, Tasso Azevedo.