No entanto, de acordo com colegas, o comportamento agressivo Fábio Felipe dos Santos Nogueira, vem desde 2021, mas nenhum estudante poderia denunciar à direção, porque a UFRR ao invés de punir as falas criminosas do aluno, punia quem o denunciava

O estudante do 5º ano do curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Fábio Felipe dos Santos Nogueira, de 24 anos, foi afastado do curso e é investigado pela instituição por comportamento racista contra negros, nordestinos, praticantes de religiões de matriz africana e por LGBTIfobia. Pesquisa do DataSenado de setembro de 2024, feita em parceria com a Nexus, área de pesquisa e inteligência da FSB Holding, aponta Roraima como sendo o Estado onde 41% dos eleitores são de direita/extrema-direita, superando Santa Catarina (36%).
O estudante, que utiliza as suas redes sociais para praticar seu crime de ataques racistas e LGBTBfobia, foi afastado na última quinta-feira (22). Segundo nota da UFRR a instituição adotou as providências cabíveis, conforme previsto no Estatuto e Regimento da Universidade. Após ser afastado, estudante se escudou em suposto caso pessoal de saúde e alegou ter “diagnóstico de autismo.”
A UFRR destacou também a resolução da instituição que estabelece normas e procedimentos a serem adotados em casos de assédio moral, assédio sexual, violência étnico-racial, de gênero e de sexualidade, além de outras formas de preconceito e discriminação no âmbito da Universidade. “A UFRR destaca que o processo segue em trâmite no âmbito da unidade acadêmica vinculada ao discente, assegurando também ao estudante o pleno direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme preceitos legais e normativos vigentes”,

UFRR tem sua ‘mea culpa’, segundo colegas de Fábio Nogueira
O comportamento agressivo e antissocial de Fábio Nogueira começou logo em 2021, quando ingressou no curso de Medicina. Segundo uma colega dele, ouvida pelo portal G 1, “Tudo começou no primeiro ano do curso, quando foi realizado um fórum com a pergunta: ‘Por que você escolheu fazer medicina?’. Todos responderam com falas bonitas, diziam amar as pessoas, a medicina, a saúde. Mas ele escreveu coisas absurdas, que eu nem consegui acreditar no que eu lia”.
Ao invés de as punições terem começado lá atrás, a própria UFRR ameaçava com punição quem o denunciasse. “Segundo a colega, muitos evitavam confronto direto com Fábio por medo de represálias. Ela relata que, em casos de desentendimento, ele recorria à mãe, que levava as situações à coordenação, o que acabava gerando punições a outros estudantes”, narrou o G’1. “Por isso, muitas atitudes absurdas que ele teve durante a faculdade não foram enfrentadas, não porque a gente concordasse, mas para evitar problemas”, disse.
“A situação se agravou no quinto ano, quando Fábio foi excluído pelos colegas dos grupos de internato (fase final do curso, um estágio curricular obrigatório para acadêmicos de medicina). A estudante afirmou que ele fez uma denúncia formal na coordenação reportando isso, o que gerou punição aos colegas”, narra o G 1 mostrando a própria UFRR como aliada do criminoso.
