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Você sabe o que é o câncer de próstata?


Quem dá detalhes é um médico urologista e um oncologista do Hospital Santa Rita, a maior referência em câncer do Espírito Santo


Você sabe o que é o câncer de próstata? | Foto: Freepik

O noticiário revelou recentemente que o ex-presidente dos EUA, Joe Biden, está com câncer de próstata. Esse tumor é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que mais de 70 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente no país para o triênio 2023-2025. Apesar de sua alta incidência, o câncer de próstata tem grandes chances de cura quando detectado precocemente, o que destaca a importância da conscientização, prevenção e acompanhamento médico regular.

Segundo o urologista do Hospital Santa Rita, José Antônio Prezotti, a próstata é uma glândula presente nos homens, localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, cuja principal função é produzir o líquido que compõe o sêmen. Com o avanço da idade, essa glândula pode sofrer modificações, como a hiperplasia benigna da próstata (aumento benigno) ou o desenvolvimento de tumores malignos. “O câncer de próstata se caracteriza pelo crescimento anormal e descontrolado na glândula, podendo se espalhar para outras partes do corpo, como ossos e linfonodos, caso não seja tratada”, alertou o médico.

Cintia Givigi, oncologista do Hospital Santa Rita, explica que, em estágios iniciais, o câncer de próstata pode ser silencioso, sem sintomas evidentes. “No entanto, à medida que a doença vai evoluindo, o corpo manifesta alguns sinais, como dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou interrompido, sangue na urina e até mesmo no sêmen. Há ainda um desejo de urinar com frequência à noite e, nos casos mais avançados, quando há metástase, pode apresentar dor óssea”, pontuou a especialista.

A oncologista explica que o câncer de  próstata é classificado de acordo com o sistema de graduação histopatológica denominado Escore de Gleason. Esse sistema é usado para avaliar a agressividade do câncer com base na aparência das células tumorais quando vistas pelo microscópio. “Ele é fundamental para orientar o tratamento e prever o prognóstico da doença. Quanto menor o Gleason, menor o grau do tumor e o crescimento mais lento. E, quanto maior o Gleason, maior o grau do tumor, mais agressivo e com mais risco de disseminação. O valor do Gleason varia de seis a dez”, revela a médica.

Apesar de muitas campanhas de conscientização, grande parte do público masculino ainda negligencia os sintomas e tem resistência de fazer os exames preventivos. “No entanto, o diagnóstico precoce através de exames é fundamental para a cura e para ampliar a expectativa de vida dos pacientes. Quando diagnosticados precocemente, as chances de cura chegam a 90%”, ressalta Cintia Givigi.  

Diagnóstico

Entre os exames mais utilizados para o rastreamento estão o toque retal – apesar de ser ainda cercado de preconceitos, é o mais simples e permite ao médico avaliar alterações na próstata, como nódulos ou endurecimento – e o PSA, que é um exame de sangue que mede os níveis de uma proteína produzida pela próstata que, quando elevada, pode indicar alterações. “Quando há suspeita da doença, exames complementares como a ressonância magnética multiparamétrica e a biópsia prostática guiada por ultrassom podem ser realizados para confirmar a malignidade”, enfatizou a oncologista do Hospital Santa Rita.

Tratamentos

Assim como em outros tipos de tumores, o tratamento do câncer de próstata varia conforme o estágio da doença, a idade do paciente e seu estado geral de saúde. “Uma vigilância ativa é recomendada para casos iniciais e de baixo risco, especialmente nos homens acima de 60 anos. Já a cirurgia de remoção total da próstata (prostectomia radical) é indicada para tumores localizados.

“Dispomos, ainda, da radioterapia, que inclui o uso de radiações para destruir as células cancerígenas, da terapia hormonal, que faz o bloqueio da produção de testosterona, que pode estimular o crescimento do tumor, e a quimioterapia que, normalmente, é usada em casos avançados ou quando outros tratamentos não são eficazes para conter a doença. As terapias estão cada vez mais precisas e com menos efeitos colaterais”, disse Cintia Givigi.

A médica ressalta que o câncer de próstata com metástase óssea, tem tratamento. “Na maioria dos casos não tem cura definitiva, mas pode ser controlado por muitos anos com tratamento adequado. O objetivo principal passa a ser prolongar a vida, aliviar sintomas e manter a qualidade de vida do paciente.”

Prevenção

Não há uma forma garantida de se prevenir o câncer de próstata. No entanto, uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes e pobre em gordura animal, o não consumo de álcool e de cigarros, aliados à prática de atividade física regularmente ajudam na prevenção. “A consulta anual periódica ao urologista, principalmente, a partir dos 50 anos – ou 45, para homens com histórico familiar da doença ou negros – é fundamental para a detecção precoce da doença. Essa avaliação permite diagnósticos em fase inicial, o que contribui para a maior chance de cura, alertou José Antônio Prezotti, urologista do Hospital Santa Rita.